23 de dez. de 2012

Moções ou inspirações particulares!

Dom Alberto Taveira fala da oração em línguas, repouso no Espírito e inspirações particulares
 
 
5 – Sobre as inspirações particulares: Em geral a liderança da RCC tem tido bastante bom senso no exercício dessas chamadas inspirações, ou moções. Junto com os dons da Palavra de Ciência e a Palavra de Sabedoria, a RCC se esmera em fazer uso do Dom do Discernimento Carismático. Podem ocorrer exageros e afoitas condutas? Claro que sim. Mas a realidade dos fatos logo “traz para a terra” aqueles espíritos mais atabalhoados, e que agem por impulsos meramente humanos, e de maneira até irresponsável. Na observância dos resultados práticos e dos frutos produzidos por tais inspirações é que a RCC busca aprender a deixar-se conduzir pelo Espírito, que – segundo a Apostolicam Actuositatem – distribui também aos leigos dons e carismas para capacitá-los a anunciar o Reino, com poder. É possível encontrar-se falsas moedas. Mas não vamos, com elas, jogar fora as legítimas, as verdadeiras. Em 2003, o Pontifício Conselho para os Leigos convidou a RCC a dar sua contribuição no Colóquio Internacional sobre a Oração para pedir de Deus a cura, realizado em Roma, sob os auspícios daquele Conselho, reconhecendo nela essa prudência.
 
II – Propostas:
a) Ao acompanhar a RCC, percebo que existe seriedade, busca de maior conhecimento teológico em suas lideranças e docilidade. Sugiro que a Comissão Episcopal de Doutrina promova um estudo sobre os Carismas e as práticas da RCC, com seus representantes. Pode até surgir uma nova e mais atualizada orientação pastoral.
 
b) Sugiro que os senhores bispos verifiquem em suas Dioceses os eventuais problemas, proporcionando uma orientação segura, através de um assistente diocesano que possa acompanhar de perto.
 
c) Nos Congressos Estaduais da RCC, seria muito oportuno que o Bispo do local em que o mesmo se realiza se fizesse presente com a apresentação de um tema de formação. Penso que “adotando a criança”, poderemos orientar melhor e os membros da RCC não se sentirão marginalizados, mas membros vivos das Igrejas particulares.
 
Dom Alberto Taveira
 
MCS - GO SDS - 12/2012

22 de dez. de 2012

Esclarecendo o repouso no Espírito

Dom Alberto Taveira fala da oração em línguas, repouso no Espírito e inspirações particulares

 
4 – Repouso no Espírito: O Documento 53, no número 65, aborda o tema e diz a respeito: “Em Assembléia, grupos de oração, retiros e outros reuniões evite-se a prática do assim chamado ‘repouso no Espírito’. Essa prática exige maior aprofundamento, estudo e discernimento”.
 
a) O Cardeal Suenens, que escreveu muito sobre a RCC e a apoiou, foi muito cauteloso em relação à prática do repouso no Espírito, recomendando reserva.
 
b) Pe. Robert De Grandis foi quem muito a divulgou aqui pelo Brasil e tem um livro sobre o assunto.
 
c) Pe. Antonello, da Arquidiocese de S. Paulo, pratica-o com bastante freqüência e também escreveu sobre o assunto.
 
d) Não há fundamentação bíblica consistente sobre ele, embora sua prática remonte aos grupos qualificados de entusiastas, especialmente nos grupos de reavivamento nos Estados Unidos entre os séculos XVII e XIX.
 
e) “O Espírito Santo, ao confiar à Igreja-Comunhão os diversos ministérios, enriquece-a com outros dons especiais, chamados carismas. Podem assumir as mais variadas formas, tanto como expressão da liberdade absoluta do Espírito que os distribui, como em resposta às múltiplas exigências da história da Igreja” . Em muitas ocasiões – especialmente quando praticado em atendimentos pessoais, em clima de oração –, de modo especial em atendimentos de oração por cura interior, essas manifestações se revelam perceptivelmente legítimas, sem componentes de perfil patológico, gerando em quem a experimenta profunda paz e bem estar, com conseqüente reavivamento ou novo compromisso, com os compromissos relativos à fé. Pe. Isaac Isaias Valle, por exemplo, de Porto Feliz, na Arquidiocese de Sorocaba, sacerdote muito estudioso e preparado doutrinariamente, atende as pessoas utilizando-se dessa prática.
 
f) Em muitas ocasiões – especialmente em grandes encontros – há um visível descontrole emocional da parte de muitos nos quais se manifesta tal fenômeno, chegando-se mesmo a identificáveis casos de histeria, seja por desequilíbrio de cunho psicológico. Como diz João Paulo II, “na verdade, a ação do Espírito Santo, que sopra onde quer, nem sempre é fácil de se descobrir e de se aceitar. Sabemos que Deus atua em todos os fiéis cristãos e estamos conscientes dos benefícios que provém dos carismas, tanto para os indivíduos como para toda a comunidade cristã. Todavia, também temos consciência da força do pecado e as confusões na vida dos fiéis e da comunidade.”
 
g) Assim, não é oportuno incentivar tal prática. Mas há vezes em que, sem que ninguém estimule, ocorre tal manifestação. Então, surge a oportunidade para cumprir o que determina o Documento 53, buscando aprofundar o entendimento sobre a matéria, pela observação com um estudo do caso, até perguntando à pessoa como é que ela está se sentindo, se aquilo lhe gerou paz, se o seu é um histórico sem comprometimentos outros, etc, para chegar a um discernimento sobre as características que possam nos ajudar a identificar a legitimidade do repouso.
 
MCS - GO SDS - 12/2012

21 de dez. de 2012

Dom da Oração em Línguas

Esclarecimentos sobre alguns pontos da RCC à CNBB


Em nome da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, sou o Assistente Espiritual do Conselho Nacional da Renovação Carismática Católica, um dos mais significativos Movimentos Eclesiais existentes em nosso tempo. Algumas interrogações me foram feitas por Dom Rafael Llano Cifuentes, Bispo de Nova Friburgo-RJ, proporcionando-me levar ao Conselho Permanente da CNBB alguns esclarecimentos, que podem servir a tantos irmãos e irmãos da RCC ou que desejam conhecê-la mais de perto. Eis o texto escrito que apresentei à 58ª Reunião do Conselho Permanente da CNBB:
 
 
Esclarecimentos sobre alguns pontos da RCC
Foi-me pedido para fazer uma breve comunicação a respeito de alguns pontos sobre a Renovação Carismática Católica. Escolhi dois caminhos, sendo o primeiro uma consulta feita aos coordenadores nacionais da RCC, aos quais encaminhei as perguntas feitas, com respostas que me foram apresentadas por Reinaldo Beserra, do Escritório Nacional da RCC e membro do Conselho Internacional da RCC – (ICCRS). Tais respostas correspondem e são plenamente assumidas por mim, por corresponderem ao que penso e às orientações que costumo oferecer à RCC. Em seguida, desejo apresentar algumas propostas.
 
 
I – Esclarecimentos solicitados pelo CONSEP, a pedido de Dom Rafael:
1. “Benefícios” da oração em línguas: Os carismas, sejam extraordinários ou humildes, são graças do Espírito Santo que têm, direta ou indiretamente, uma utilidade eclesial, ordenados como são à edificação da Igreja, ao bem dos homens e às necessidades do mundo. Carismas são “manifestações do Espírito para proveito comum”. São dons úteis, instrumentos de ação, para servir à comunidade.
Conceituação:
 
a) “É um dom de oração cujo valor, enquanto ‘linguagem de louvor’, não depende do fato de que um lingüista possa ou não identificá-lo como linguagem no sentido corrente do termo”. É uma linguagem a-conceitual, que se “assemelha” às línguas conceituais. Não supõe absolutamente um estado de “transe” para praticá-la, não corresponde a um estado “extático”, e nem a uma exagerada emoção, permanecendo aquele que a pratica no total domínio de si mesmo e de suas emoções, pois o Espírito Santo jamais se apossa de alguém de modo a anular-lhe a personalidade.
 
b) É um dom que leva os fiéis a glorificar a Deus em uma linguagem não convencional, inspirada pelo Espírito Santo. É uma forma de louvar a Deus e uma real maneira de se falar e se entreter com Ele. Quando o homem está de tal maneira repleto do amor de Deus que a própria língua e as demais formas comuns de se expressar se revelam como que insuficientes, dá plena liberdade à inspiração do Espírito, de modo a “falar uma língua” que só Deus entende.
 
 
2. O “falar em línguas”, consignado nas Escrituras comporta três modalidades:
 
a) a oração em línguas, de caráter usualmente particular, pessoal, e que portanto não requer interpretação. Embora de caráter pessoal, ela pode ser exercitada também de modo coletivo, o que acontece nas assembléias onde todos exercem o “dom particular de orar em línguas”, ao mesmo tempo; obviamente, não supõe interpretação. No entanto, Deus – que ouve a oração que milhares de fiéis lhe dirigem concomitantemente de todos os cantos da Terra – por certo entende. Vale a intenção que está em nosso coração.
 
b) Essa oração também pode ser expressa em modalidade de canto, uma oração com uma melodia que não foi pré-estabelecida. Também essa modalidade não requer interpretação. A diferença em relação à modalidade anterior, é que aqui se trata de orar em línguas, mas num ritmo não falado, de expressão e cadência musical, de notas que se sucedem improvisadamente, numa modulação lírica com que se celebra as maravilhas de Deus. São cânticos que brotam geralmente nos momentos de louvor e adoração da assembléia, do grupo de oração, e que pouco tem em comum com os cânticos eclesiásticos tradicionais, ou também com os cantos de “composição artística”. Santo Agostinho, comentando as palavras do Salmo “Cantai ao Senhor um Cântico novo”, adverte que o cântico novo não é coisa “de homens velhos”. “Aprendem-no os homens novos, renovados da velhice por meio da graça, pertencentes ao Novo Testamento, que já é o Reino dos Céus. Por ele manifestamos todo o nosso amor e lhe cantamos um canto novo. Quando podes oferecer-lhe tamanha competência que não desagrade a ouvidos tão apurados?… Não busques palavras, como se pudesses dar forma a um canto que agrade a Deus. Canta com júbilo! Que significa cantar com júbilo? Entender sem poder explicar com palavras o que se canta com o coração. Se não podes dizer com tuas palavras, tampouco podes calar-te. Então, resta-te cantar com júbilo, se modo que te entregues a uma alegria sem palavras e a alegria se dilate no júbilo” .
 
c) Uma terceira modalidade do dom das línguas é aquela de uso essencialmente público, que quando é acompanhado do seu complemento, o dom da interpretação, tem como seu propósito a edificação dos fiéis e a convicção dos descrentes. Aqui o falar em línguas não assume o caráter de oração, mas de uma mensagem em línguas, dirigida à assembléia e não a Deus, como é o caso da oração, e que portanto requer o exercício do outro dom apontado por Paulo, o dom da interpretação. O Espírito dá a alguém a inspiração de “falar em línguas” em alta voz. Suas palavras contém uma mensagem espiritual para um ou mais ouvintes. A mensagem permanece incompreensível, enquanto não for interpretada. A mensagem interpretada assume, regularmente, as características de uma profecia carismática, que, segundo S. Paulo, edifica, exorta e consola a assembléia. Autores há que, em vista de maior clareza, dão outro nome a esta forma de falar em línguas. Chamam-na de “mensagem em línguas”, ou ainda de “profecia em línguas”. Em oposição ao “falar em línguas” durante a oração, este dom não está livremente à disposição da pessoa. Exige-se uma inspiração peculiar. Muitas vezes, ela está acompanhada de outra inspiração, a saber, num dos ouvintes que então “interpreta” a mensagem e a traduz em linguagem comum, para a comunidade. O dom de “falar mensagem em línguas” é um dom transitório manifestado vez ou outra nas reuniões de oração; e o Senhor pode servir-se ora deste, ora daquele, enquanto que o dom da interpretação geralmente é considerado permanente; é dom que pode ser pedido na oração.
 
 
3. Quando se deve orar em línguas? Só em atos próprios da RCC? Na TV para todos? Pode ser utilizada durante a Santa Missa, como parece ter acontecido na Oração dos fiéis nas missas de TV?
 
a) Sendo um dom do Espírito e um dom de oração, ele deveria ser permitido onde sempre é permitido orar. Nos atos próprios da RCC, o Documento 53, n. 25 da CNBB, já o levou em consideração.
 
b) Se a TV está transmitindo um ato próprio da RCC, não é possível “encenar” um comportamento que anule a identidade do Movimento. O exercício do carisma de orar em línguas é parte constitutiva da RCC. De nossa parte – os “carismáticos” – não temos de que nos envergonhar dessa prática, e nem temos nada a esconder. Somos assim. nossos Grupos de Oração estão sempre com as portas abertas, e qualquer um pode conferir lá o que somos e o que praticamos.
 
c) Na Santa Missa: Se são missas celebradas em atos específicos da RCC, parece-nos que sim, desde que se exercite essa oração nos momentos ditados pelo bom senso e pela orientação do celebrante, de modo respeitoso, profundamente oracional, não exibitório, especialmente como glorificação a Deus, como expressão de contrição, como petição, e como ação de graças.
 
d) A RCC tem clara consciência de que a Igreja, durante muito tempo, não se abriu à essa forma de se exercitar os carismas. Por isso ela sabe que, esse reavivamento de perfil pentecostal que se colocou em marcha no último século – especialmente a partir de Helena Guerra, que motivou Leão XIII a escrever uma Encíclica sobre o Espírito Santo, passando por João XXIII, que pediu um novo Pentecostes para a Igreja e a “renovação dos sinais e prodígios da aurora da Igreja”, bem como pelo Concílio Vaticano II, onde Deus, providencialmente, lançou as bases e os fundamentos que tornaram possível o surgimento e a fundamentação do Movimento Pentecostal Católico, até João Paulo II, com sua Dominum et Vivificantem, e a inspirada exortação pronunciada na celebração de Pentecostes de 29 de maio de 2004, que dizia: “Desejo que a espiritualidade de Pentecostes se difunda na Igreja como um impulso renovado de oração, santidade, comunhão e anúncio. [...] Abram-se com docilidade aos dons do Espírito Santo! Recebam com gratidão e obediência os carismas que o Espírito não cessa de oferecer!” – precisa ser acolhido com abertura de espírito e destemor, mas também com bom senso, com humildade, com respeito pelas diferentes opções de engajamento na pastoral orgânica da Igreja, em absoluta adesão à doutrina da Igreja Católica, não escandalizando por falta de decoro litúrgico ou religioso, dentro da ordem, mas também não deixando de ser fiel à vocação que Deus nos faz, de, nesses tempos, contribuir para “revelar à Igreja aquilo que já lhe é próprio: sua dimensão carismática”.
 
e) No rito do Sacramento da Crisma, ao final da Oração dos fiéis, o Bispo reza: “Ó Deus, que destes o Espírito Santo a vossos apóstolos e quisestes que eles e seus sucessores o transmitissem aos outros fiéis, ouvi com bondade a nossa oração e derramai nos corações de vossos filhos e filhas os dons que distribuístes outrora no início da pregação apostólica”.
 
f) É de se esperar que, recebendo tais dons, possamos exercitá-los, pois “da aceitação desses carismas, mesmo dos mais simples, nasce em favor de cada um dos fiéis o direito e o dever de exercê-los para o bem dos homens e a edificação da Igreja e do mundo, na liberdade do Espírito Santo, que ‘sopra onde quer’ e ao mesmo tempo na comunhão com os irmãos em Cristo, sobretudo com seus pastores, a quem cabe julgar sobre a autenticidade e o uso dos carismas dentro da ordem, não por certo para extinguirem o Espírito, mas para provarem tudo e reterem o que é bom”.
 
g) “Na lógica da originária doação donde derivam, os dons do Espírito Santo exigem que todos aqueles que os receberam os exerçam para o crescimento de toda a Igreja, como no-lo recorda o Concílio”.

MCS - GO SDS - 12/2012

19 de dez. de 2012

Menina carioca de 9 anos pode ser beatificada

Fonte: Rainha dos apóstolos
 
Odette Vidal de Oliveira pode se tornar nova beata brasileira A menina carioca de nove anos, Odette Vidal de Oliveira, mais conhecida como “Odetinha”, pode se tornar uma beata brasileira. A Congregação para as Causas dos Santos, órgão do Vaticano, aprovou na quarta-feira, 31 de outubro, o início do seu processo de beatificação.
 
A partir de janeiro de 2013, deve ser aberto o processo na fase diocesana, a fim de reunir todo histórico, depoimentos e detalhes sobre a vida da jovem.

Mística da Eucaristia, ao receber a comunhão, com apenas 7 anos de idade, ela já tinha abertura de coração para pedir: “Oh meu Jesus, vinde agora ao meu coração!”.

Odette Vidal de Oliveira pode se tornar nova beata brasileiraReconhecendo sua fé viva, sua confiança inabalável e intenso amor por Deus e pelo próximo, a Igreja no Rio de Janeiro criou uma comissão coordenada pelo Vigário Episcopal para a Vida Consagrada, Dom Roberto Lopes, para apresentar a candidata oficialmente à Congregação para as Causas dos Santos.

“O primeiro passo foi apresentar a Odetinha, fazendo o pedido oficial à Congregação para as Causas dos Santos, para darmos o início às pesquisas. O Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, abençoou e assinou esse nosso pedido e, agora, a Congregação já responde àquilo que nós estávamos esperando, que é o ‘nihil obstat’. O próximo passo é a abertura do processo arquidiocesano. Temos como projeto que, no dia 18 de janeiro de 2013, durante a festa de São Sebastião, se faça essa abertura, quando Dom Orani vai nomear o tribunal, com todos os responsáveis e, a partir daí, a equipe vai convocar todas as pessoas que por ventura tiveram contato com a Odetinha, para que as mesmas respondam perguntas a seu respeito. A ideia inicial é que também, no dia 20 de janeiro, tenhamos uma Missa na Catedral, onde seja designada a Igreja para a qual Odetinha será levada e onde vão ficar suas relíquias. Teremos a exumação de seu corpo e uma série de atividades vão acontecer até o mês de janeiro, preparando tudo isso”, contou Dom Roberto.

“Nihil obstat” é uma expressão do latim que significa “nada impede”. É a aprovação oficial, do ponto de vista moral e doutrinário, realizada por um órgão da Igreja Católica.

Breve Histórico
Odette Vidal de Oliveira nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 15 de setembro de 1930. Chamada carinhosamente pelos pais de “Odetinha”, lírio de pureza e caridade, dotada de um amor extraordinário a Jesus Eucarístico, ia à missa com sua mãe. Desde muito pequena, aos quatro anos, já possuía colóquios íntimos com o Senhor Sacramentado.

Tendo se mudado para o bairro de Botafogo, na zona sul do Rio, fez a sua Primeira comunhão no Colégio São Marcelo, da Paróquia Imaculada Conceição, ao lado de sua casa, em 15 de agosto de 1937, aos sete anos de idade. Desde então, ao receber a comunhão, dizia: “Oh meu Jesus, vinde agora ao meu coração!”. Seu confessor atestou sua fé viva, confiança inabalável, intenso amor a Deus e ao próximo.

Demonstrou profunda caridade para com os pobres e a busca da santidade de forma impressionante e extraordinária para uma criança tão nova. Inserida de fato na causa de promoção dos mais carentes, gostava muito de ajudá-los com obras concretas de misericórdia, e atividades caritativas semanais (sua mãe fazia uma feijoada aos sábados para os pobres a seu pedido e ela colocava seu avental e servia a todos alegremente). Irradiou e inspirou uma imensa obra social, assumida com seriedade pelos seus pais, tornando-os grandes apóstolos da caridade por toda sua vida. Estes colaboraram efetivamente com muitos Institutos de Vida Religiosa, salvando alguns da falência, além do trabalho com as meninas órfãs (um pedido de Odetinha), até hoje administrado por religiosas e voluntários.

Sua piedade explica o segredo de todo o bem que realizou com máxima paciência, admirada por todos até o fim. A modéstia e o pudor foram um grande sinal de uma alma pura e boa, nos divertimentos mais inocentes de sua infância. Amava os lírios e rezava o terço diariamente, revelando, assim, sua confiança total em Nossa Senhora. Queixava-se, ainda, pelo fato de São José, que tanto trabalhou e sofreu por Jesus e Nossa Senhora, ser tão pouco honrado.

Nos últimos quarenta e nove dias de sua vida sofreu dolorosa enfermidade – paratifo, suportada com paciência cristã. No leito de dor, dizia: “Eu vos ofereço, ó meu Jesus, todos os meus sofrimentos pelas missões e pelas crianças pobres (Cf. Ef. 5, 1-2)”. No dia de sua morte, ocorrida em 25 de novembro de 1939, Odetinha recebeu a Sagrada Comunhão às 7h30min e na ação de graças disse: “Meu Jesus, meu amor, minha vida, meu tudo”. Assim, serenamente, às 8h20min entregou sua alma inocente a Deus.

Ele escolhe tantas vezes os pequeninos para tornar mais evidente as maravilhas de sua Graça. “Foi arrebatada para que a malícia não lhe mudasse o modo de pensar ou para que as aparências enganadoras não seduzissem a sua alma”. (Sb. 4,11).

Seu túmulo situa-se na quadra 06, n.º. 850, no Cemitério São João Batista (Botafogo). Até hoje é um dos mais visitados, sobretudo aos sábados e domingos, por inúmeras pessoas que ali acorrem para agradecer benefícios espirituais e temporais que atribuem à sua intercessão junto a Deus. Sua biografia oficial, lançada no ano seguinte de sua morte pelo Padre Afonso Maria Germe, causou grande comoção na sociedade carioca.

Eis como Odetinha rezava seu “Tercinho de amor”: nas contas pequenas – “Meu Jesus eu vos amo!”; nas contas grandes – “Quero passar meu céu fazendo bem à terra”; nas três últimas contas – “Meu Jesus, abençoai-me, santificai-me, enchei o meu coração de vosso amor”.

Oração
Ó querido Jesus, que escolhestes as criancinhas, curando-as e as abençoando, demonstrando particular predileção por elas, que Vos louvam com um louvor perfeito e revelando, assim, o Reino de Deus aos menos favorecidos da sociedade, aos simples e aos humildes.

Olhai com carinho nosso pedido, pelos méritos infinitos de Vosso Santíssimo Coração e do Coração Imaculado da Santíssima Virgem que, se for para a Vossa maior Glória e bem de nossas almas, Vos digneis glorificar, diante de toda a Igreja, a menina Odete Vidal de Oliveira (Odetinha), lírio de pureza e caridade da Igreja Particular de São Sebastião do Rio de Janeiro e exemplo de vida para o povo de Deus.

Unidos em Comunhão eucarística e guiados pela doçura do Espírito Santo, concedei-nos, por sua intercessão, a graça que Vos pedimos. Amém.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.

MCS - GO SDS - 12/2012

17 de dez. de 2012

Bento XVI: O esporte pode educar para a competição espiritual


"O esporte é capaz de revelar o homem a si mesmo e aproximá-lo para compreender o valor profundo da sua vida", ressalta Bento XVI
 
 
O Papa Bento XVI recebeu nesta segunda-feira, 17, no Vaticano, a Delegação do Comitê Olímpico Nacional Italiano. Durante a audiência, o Pontífice destacou que o esporte pode educar as pessoas para a “competição” espiritual, de modo que os católicos  vivam na procura de vencer o mal pelo bem, a mentira com a verdade e o ódio pelo amor.

No início do seu discurso, o Papa lembrou a participação da Itália nos Jogos Olímpicos de Londres, realizados nos meses de julho e agosto deste ano e disse que as Olimpíadas foram uma ocasião para exercitar o respeito, a lealdade, a solidariedade, assim como, a alegria e a festa.
 

De acordo com o Santo Padre, o esporte é um bem educativo e que, na perspectiva do Concílio Vaticano II, deve contribuir  para aguçar o espírito do homem, permitindo às pessoas enriquecerem-se com o recíproco conhecimento e favorecendo as fraternas relações, como expressa a Constituição Apostólica Gaudeum et Spes.
A Igreja se interessa pelo esporte, disse o Papa, e considera que ele faz parte da essência do coração humano, encontrando-se com a educação, a formação humana e também com a espiritualidade.

“O atleta que vive integralmente a própria experiência faz-se atento ao projeto de Deus sobre sua vida, aprende a escutar a voz nos longos tempos de treinamento, a reconhecê-lo na face do companheiro, e também do adversário”, explicou o Pontífice.
Aos dirigentes e técnicos esportivos, o Santo Padre lembrou que são “chamados a serem testemunhas de boa humanidade, cooperadores com as famílias e as instituições formadoras da educação dos jovens, mestres de uma prática esportiva que seja sempre leal e límpida.”

Bento XVI também refletiu sobre o Ano da Fé com os atletas. Segundo ele, o mundo do esporte pode ser considerado um moderno “Pátio dos Gentios”, ou seja, uma oportunidade de encontro, aberta a todos, crentes e não crentes, para entender pessoas de diferentes culturas, línguas e orientações religiosas.

O Pontífice encerrou o discurso, oferecendo como modelo de vida aos atletas, a figura do jovem Beato, Pier Giorgio Frassati, que em sua vida, usufruiu das atividades esportivas também como meio de relacionar-se com Deus.

MCS - GO SDS - 12/2012

12 de dez. de 2012

Que o natal não seja só uma festa exterior

Fonte: RCC Brasil

altNo tempo do Advento a liturgia enfatiza, de modo particular, duas figuras que preparam a vinda do Messias: a Virgem Maria e João Batista. São Lucas nos apresenta este último, e o faz com características diferentes dos outros Evangelistas. "Todos os quatro Evangelhos colocam no início do ministério de Jesus a figura de João Batista e apresentam-no como o seu precursor. São Lucas colocou antes a conexão entre as duas figuras e as suas respectivas missões [...] Já na concepção e no nascimento, Jesus e João colocaram-se em relação entre si” (A infância de Jesus, 23).

Essa configuração ajuda a entender que João, enquanto filho de Zacarias e Isabel, ambos de famílias sacerdotais, não é apenas o último dos profetas, mas representa também todo o sacerdócio da Antiga Aliança e por isso prepara os homens ao culto espiritual da Nova Aliança, inaugurado por Jesus (cf. ibid. 27-28). Lucas também afasta qualquer leitura mítica que às vezes é feita dos Evangelhos e coloca historicamente a vida do Batista: "No décimo quinto ano do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador [...] enquanto eram sumos sacerdotes Anás e Caifás” (Lc 3, 1-2). Dentro deste quadro histórico reside o verdadeiro grande evento, o nascimento de Cristo, que seus contemporâneos não vão perceber. Para Deus os grandes homens da história formam o pano de fundo para os pequenos!
João Batista se define como a “voz que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas" (Lc 3, 4). A voz proclama a palavra, mas, neste caso, a Palavra de Deus precede, enquanto que é ela mesma que desce sobre João, Filho de Zacarias, no deserto (cf. Lc 3, 2). Ele, então, desempenha um grande papel, mas sempre em relação a Cristo. Santo Agostinho comenta: "João é a voz”. Do Senhor ao contrário se diz: "No princípio era o Verbo" (João 1, 1).

João é a voz que passa, Cristo é o Verbo eterno, que existia no princípio. Se tiras a voz da palavra, o que é que resta? Um som fraco. “A voz sem palavra atinge o ouvido, mas não edifica o coração” (Sermão 293, 3).

Nosso objetivo é dar hoje ouvido a essa voz para conceder espaço e acolhida no coração a Jesus, Palavra que nos salva. Neste Tempo de Advento, preparemo-nos para ver, com os olhos da fé, na humilde Gruta de Belém, a salvação de Deus (cf. Lc 3, 6). Na sociedade dos consumos, em que se busca a alegria nas coisas, o Batista nos ensina a viver de uma forma essencial, para que o Natal seja vivido não só como uma festa exterior, mas como a festa do Filho de Deus que veio para trazer aos homens a paz, a vida e a alegria verdadeira.

À materna intercessão de Maria, Virgem do Advento, confiamos o nosso caminho de encontro com o Senhor que vem, para estarmos prontos para acolher, no coração e em toda a vida, o Emanuel, o Deus-conosco.

MCS - GO SDS - 12/2012

10 de dez. de 2012

Advento e evangelização


Igreja Católica do Brasil desenvolve a sua Campanha para a Evangelização

Fonte: ZENIT

Estamos no tempo litúrgico do Advento,que é um tempo de vigilância e de espera para atualizarmos em nossa história Aquele que veio, virá e vem: JesusCristo, o Senhor! Veio a primeira vez na fragilidade; virá uma segunda vez na glória, mas a cada dia podemos encontrá-Lo em cada irmão ou irmã. É o Mistérioda da Encarnação,que agora nos preparamos para celebrar!

É nesse tempo que a Igreja Católica do Brasil desenvolve a sua Campanha para a Evangelização como um tempo de despertar-nos e alimentar-nos com a consciência missionária e o compromisso evangelizador.

Iniciamos essa campanha no Domingo de Cristo Rei, e ela se estende até o 3º Domingo do Advento, domingo da Alegria (Gaudete), quando teremos a Coleta Nacional pela Evangelização.

O Advento ajuda-nos, assim, a aprofundar a nossa responsabilidade evangelizadora que é tão necessária na Igreja, sendo que cada um de nós é responsável pelo anúncio do Evangelho de Jesus Cristo aos irmãos e irmãs.

Talvez seja essa uma das maiores lacunas que temos em nossa caminhada eclesial: a consciência missionária e evangelizadora. Sermos permanentemente missionários e em todas as circunstâncias e ambientes.Não podemos colocar apenas na responsabilidade de alguns o trabalho das missões; somos nós, todos os batizados, os responsáveis e animadores para que em nossas comunidades e na sociedade a Palavra de Deus seja a luz no caminho de tantas pessoas que estão ao nosso redor.

É claro também que essa tarefa tem uma dimensão universal, como é o significado de nossa catolicidade, e não se resume apenas no trabalho local, mas é em nossas comunidades onde vivemos e onde iniciamos essa missão.

A Campanha para a Evangelização deste ano tem como tema: “Eu vi e dou testemunho: Ele é o Filho de Deus” (Jo 1, 34), que, como sabemos, está inspirado no contexto destes tempos de nova evangelização, Ano da Fé e caminhada para a Jornada Mundial da Juventude. Para nós esse tema e momento nos ajuda ao entusiasmo em nossa caminhada arquidiocesana inspirados em nosso plano de Pastoral de Conjunto e também nos textos da V Conferência do Episcopado LatinoAmericano e Caribenho, realizada em Aparecida, no Estado de São Paulo, de 1º a 31 de maio de 2007 quando esteve entre nós o Papa Bento XVI. Agora que nos preparamos novamente para acolhe-lo na Jornada Mundial da Juventude, esse tema nos une ao lema da JMJ Rio 2013: “Ide e fazei discípulos entre as nações” (Mt 28,29). Somos Discípulos Missionários e com isso entendemos que,cada um de nós, ao fazer uma verdadeira experiência do seguimento de Cristo em sua vida é, ao mesmo tempo, com certeza, um animado apóstolo! “Quem encontrou Jesus Cristo e se deixou cativar por Ele não pode deixar de comunicar isso também aos outros”!

O anúncio do Advento é que estamos nos preparando para o grande presente que Deus enviou ao mundo: Seu filho Jesus!

Ao acolher esse grande dom não podemos ficar sem uma resposta generosa. Aquele que veio na plenitude dos tempos e virá no final dos tempos é o mesmo que vem para habitar em nossas vidas e na sociedade.

A Campanha para a  Evangelização dá-nos essa possibilidade: a nossa resposta aos presentes que recebemos de Deus. E uma maneira de vivermos intensamente a missão evangelizadora será a partilha que faremos no próximofinal de semana – 3ºdomingo do Advento –com a Coleta para a Evangelização.

A Coleta para a Evangelização é realizada em todas as comunidades, capelas, igrejas, locais de culto,celebrações da Igreja Católica no Brasil, e destina-se a ajudar na missão evangelizadora da Igreja.

Todos nós sustentamos a missão eclesial, seja com a nossa participação missionária, seja com a nossa ajuda financeira.

Todas as coletas do próximo final de semana são destinadas a isso. Esses recursos serão repartidos para os Regionais da CNBB, para a CNBB Nacional e para as Dioceses. Em nossa Arquidiocese, a parte que fica para nós é entregue à Coordenação de Pastoral para o sustentamento dos trabalhos de implantação do Plano de Pastoral e outras situações de necessidade.

A nossa Igreja ainda depende muito da ajuda de outros irmãos e irmãs e há vários países que nos ajudam nas construções de Igrejas, nos trabalhos sociais, na aquisição de veículos e também na organização pastoral. Sentimos a necessidade de dar um passo no país, quando bastaria o mínimo de ajuda de cada católico na coleta para a evangelização e teríamos o necessário para a missão da Igreja durante um ano. Precisamos cada vez mais fazer a experiência da partilha entre nós e em nossas comunidades.

Todos podem acessar os textos, cartazes, spots e demais materiais da Campanha da Evangelização deste ano pelo site da CNBB.

Eis um grande desafio para todos nós: a nossa autossustentação e a partilha com outras comunidades que necessitam melhorar ainda mais a missão evangelizadora. “Com nossa doação generosa ajudaremos nossa Igreja Católica a evangelizar mais e melhor”.

† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

MCS - GO SDS - 12/2012

5 de dez. de 2012

Símbolos da Fé

 
A fé necessita de formas densas para que seu conteúdo não se perca, com os símbolos da fé é possível que diferentes culturas mantenham a essência da fé que a Igreja professa. “Na Igreja, o que está em jogo não são palavras vazias, mas a realidade”. [YouCat 25]

E é com a ajuda dos símbolos da fé que se pode, contemplar, expressar, transmitir, celebrar e viver as diversas realidades de nosso tempo em diferentes tempos, não cometendo equívocos e adulterações na mensagem de Cristo.

Os símbolos da fé expressam o que temos de mais belo, e somente o conhecendo é que podemos viver verdadeiramente a mensagem de Cristo, “Com efeito, no nosso tempo é necessária uma renovada educação para a fé, que inclua sem dúvida um conhecimento das suas verdades e dos acontecimentos da salvação, mas, sobretudo que nasça de um encontro verdadeiro com Deus em Jesus Cristo, do amá-lo, do ter confiança nele, de modo que a vida inteira seja envolvida por Ele.”

Papa Bento XVI, 24-10-2012
 
MCS - GO SDS - 12/2012

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