28 de mar. de 2012

O que é o melhor?!


Leila Ferreira

Estamos obcecados com "o melhor".
Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".
Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.
Bom não basta.

O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor".
Isso até que outro "melhor" apareça - e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.
Novas marcas surgem a todo instante.
Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter.

O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego.

Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter.

Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos.
Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.

Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis.
Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos.
Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente.

Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência?
Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa?
E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?
O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chef"?
Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro?
O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"?

Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixado ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos
A casa que é pequena, mas nos acolhe.
O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria.
A TV que está velha, mas nunca deu defeito.
O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos".

As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar a chance de estar perto de quem amo...
O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem.
O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.
Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso?

Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?

MCS - GO SDS - 03/2012

27 de mar. de 2012

PORQUE AO DIZER “NÃO”, NOS SENTIMOS CULPADOS?



Provavelmente seja porque:

• Achamos que vamos perder o amor das pessoas;

• Aprendemos que devemos dizer apenas aquilo que as pessoas esperam ou querem ouvir de nós;

• Temos que ser sempre “bonzinhos”;

• Não queremos magoar as pessoas.

Obs.: O fato de conseguirmos dizer não a alguém, está intimamente ligado ao nosso grau de auto-estima.

MCS - GO SDS - 03/2012

26 de mar. de 2012

Entenda o significado do Domingo de Ramos


O Domingo de Ramos marca o início da Semana Santa, que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus agitando seus ramos de oliveiras e palmeiras. Os ramos significam a vitória: "Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas".
Os ramos apresentados pelo povo nos remetem ao sacramento do batismo, por intermédio do qual nos tornamos filhos de Deus e responsáveis pela missão da nossa Igreja. E o ato de levarmos os ramos para casa nos lembra que estamos unidos a Cristo na luta pela salvação do mundo.

A Procissão de Ramos tem como objetivo apresentar a peregrinação que cada cristão realiza sobre a Terra buscando a vida eterna ao lado do Senhor. Esse ato nos faz relembrar que somos peregrinos neste mundo e que o céu é o lugar de onde viemos e para onde devemos voltar.

Por fim, a Santa Missa do Domingo de Ramos traz a narrativa de São Lucas sobre a Paixão de Jesus: Sua angústia mortal no Horto das Oliveiras, o Sangue vertido com o suor, o beijo traiçoeiro de Judas, a prisão, os maus-tratos nas mãos dos soldados na casa de Anãs, Caifás; Seu julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes, Sua condenação, o povo a vociferar “crucifica-o, crucifica-o”; as bofetadas, as humilhações, o caminho percorrido até o Calvário, a ajuda do homem cirineu, o consolo das santas mulheres, o terrível madeiro da cruz, o diálogo d'Ele com o bom ladrão, Sua morte e sepultura.

O Mestre nos ensina com fatos e exemplos que o Seu Reino, de fato, não é deste mundo. Que Ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas para derrubar um inimigo muito pior e invisível, o pecado. E para isso é preciso se imolar; aceitar a Paixão, passar pela morte para destruí-la; perder a vida para ganhá-la.
MCS - GO SDS - 03/2011

25 de mar. de 2012

A Sagrada Eucaristia

 
A Eucaristia não pode ser dada a pessoas que (ainda) não partilham da fé e da vida da Igreja. “Os cristãos ortodoxos podem pedir individualmente para receber a Sagrada comunhão numa celebração católica, porque eles partilham da fé eucarística da Igreja Católica, ainda que a sua comunhão ainda não esteja em plena unidade com  a Igreja Católica.”

Quem pode participar da Eucaristia é quem pertence a Igreja Católica e está batizado nela, partilha de sua fé e vive em união com ela. [222]

MCS - GO SDS - 03/2012

21 de mar. de 2012

I DISCÍPULADO DA REGIÃO METROPOLITANA

Neste mês de março, nos dias 9,10 e 11, no antigo seminário Santo Inácio de Loyola, na cidade de Salvador do Sul,  ocorreu o I Discipulado da região metropolitana, em que cerca de 50 jovens, servos das dioceses de Caxias do Sul, Montenegro e Novo Hamburgo, receberam a preparação para assumir o papel de discípulos de Cristo Jesus.
A pregação foi de Fabrizio Catenassi, de Londrina- PR e Mariana Oliveira, de Santa Maria.

“Seduziste-me Senhor e eu me deixei seduzir” (Jer 20,7)

Seduzidos pelo Senhor, e com um grande crescimento na fé, os jovens voltaram para suas dioceses com a missão de demonstrar o amor que Deus tem por todas as pessoas.

MCS - GO SDS - 03/2012

20 de mar. de 2012

O segredo da paciência

“Vale mais ter paciência do que ser valente; é melhor saber se controlar do que conquistar cidades inteiras” (Provérbios 16,32).


Um dos sentimentos mais perturbadores da atualidade tem nome: impaciência! A falta de paciência tem feito com que muitas pessoas se desesperem quando entram em contato com esta realidade na vida. Muitos conflitos, raivas e mágoas têm ganhado vida devido à impaciência. Mas o que desencadeia esse sentimento? Como podemos exercitar a paciência em nossa vida? Como controlar a falta dessa virtude? Quais os segredos para ser paciente?

Paciência é uma virtude. Poderíamos defini-la como a capacidade de autocontrole diante de inúmeras realidades que ultrapassam os nossos limites emocionais, sociais e espirituais.

A falta de paciência nasce na vida em função de inúmeros fatores. Fato é que a paciência faz parte do nosso processo humano. Há dias em que acordamos sem essa virtude. As dificuldades começam a se agravar quando a impaciência começa a ocupar grande parcela de nossos pensamentos e, como consequência disso, desestrutura nossa relação com o próximo, com nós mesmos e também com Deus.

Quando o nível de impaciência adquire espaços indevidos em nossa vida, entramos em um campo complexo que necessita de reflexão e, que, na maioria das vezes, exige mudança de atitudes em relação ao que nos rouba a paz interior. Muitos dizem que não têm paciência, mas quando são questionados sobre o que lhes tira a paciência não sabem responder. Quando esta resposta não é clara temos um quadro bastante complexo e que precisa ser analisado tanto na área humana quanto na espiritual. Geralmente quando definimos um sentimento que nos incomoda e não sabemos de onde ele surge, estamos diante de uma realidade que não conhecemos, ou talvez por medo não queiramos entrar em contato com ela. O medo das próprias sombras nos impede de alcançar a luz que ilumina as nossas mais profundas realidades sombrias.

Nem sempre é fácil aceitar o diferente. E esta é uma das realidades que mais roubam a paz de muitas pessoas. Na maioria das vezes desejamos que o outro seja como nós, pense, sinta e veja  o mundo a partir dos nossos olhares. As relações interpessoais estão marcadas pela falta de paciência com o diferente. Muitos casais, após um tempo de namoro ou de casamento, acabam descobrindo que o namorado ou marido, ou a esposa ou a namorada, é uma pessoa diferente daquilo que imaginavam. Quando isso acontece surgem os conflitos internos que desencadeiam, muitas vezes, sérios desentendimentos conjugais e de relacionamento.

Muitos processos de namoro idealizam o outro como o protótipo da perfeição. Imaginam que estão diante de um ser humano perfeito. Quando este mito da perfeição começa a ser desconstruído surge a decepção, a tristeza e a desilusão. Nem sempre é fácil aceitar que durante muito tempo se conviveu com alguém que não era tão perfeito como antes se havia imaginado. Geralmente, quando isso acontece, muitos casais se defrontam com uma verdade com a qual até o momento não haviam tido contato. Superar a ilusão que foi criada e aceitar que o outro não é tão perfeito como se havia imaginado é um processo, muitas vezes, doloroso e que só é superado com muita compreensão e paciência.

Essa falta de paciência se reflete também em muitas famílias. Pais se desentendem com os filhos quando entram em contato com a realidade familiar e descobrem que estes não estão correspondendo ao que um dia lhes fora ensinado. Este fato tem causado muitos desajustes em inúmeras famílias. Durante a infância, os genitores educaram os filhos com a melhor das intenções e procuravam levá-los à igreja; e acreditavam sinceramente que estes iriam seguir os passos que um dia lhes fora ensinado. Mas a adolescência chega e os filhos já não querem ir mais à Santa Missa, não obedecem tanto quanto antes obedeciam. Muitos se tornam rebeldes. Como enfrentar esta situação de desajuste nas relações familiares?

O princípio da paciência é fundamental. Nem sempre é fácil para os pais aceitarem que seus filhos, muitas vezes, não vão seguir tudo aquilo que eles ensinaram. Muitos genitores, quando se defrontam com esta realidade, entram em crise e tentam pela força obrigá-los a fazer o que lhes fora ensinado um dia. A experiência mostra que forçar o outro a fazer aquilo que desejamos provoca muitas confusões e desajustes no lar. Na maioria das vezes a rebeldia dos filhos em não querer ir à igreja é uma maneira camuflada de enfrentarem e dizerem aos pais: “Agora quem manda na minha vida sou eu!”.  A oração é fundamental para quem enfrenta situações desse tipo. No diálogo com Deus encontra-se sabedoria para enfrentar situações complicadas e de difícil solução. Contudo, é preciso que os pais procurem conhecer os filhos e o momento que eles estão vivendo. O diálogo em família é fundamental. Mas sempre vale lembrar que a abertura para os filhos começa desde a infância destes. O que não foi construído no tempo dificilmente será construído na pressa. Quem nunca conseguiu se aproximar dos filhos quando estes eram pequenos dificilmente vai conseguir fazê-lo na adolescência destes.

Se a relação de impaciência dos pais com os filhos pode ser conflitiva, o mesmo acontece em relação aos filhos com os pais.  Nem sempre os filhos conseguem compreender as “cobranças” dos genitores. Interessante notar que muitos adolescentes querem que seus pais compreendam o mundo no qual estão vivendo atualmente. Esta tentativa nem sempre é frutífera, pois os pais viveram em épocas diferentes das quais os adolescentes e jovens vivem hoje. Tiveram uma educação diferente, de acordo com a época na qual viviam. Os filhos, portanto, precisam desenvolver este olhar compreensivo em relação a seus pais. Tudo isso faz parte da bagagem humana e espiritual destes [pais]. Sempre será preciso que haja compreensão e paciência de ambas as partes para que o respeito e o diálogo possam ser exercidos. O olhar de compreensão é fundamental nas relações familiares. Quando este olhar é descuidado, a paciência cede lugar aos conflitos e desentendimentos.

Muitos funcionários vivem à beira de um ataque de nervos na empresa em que trabalham. Diante de uma variedade enorme de diferentes formas de pensar, por vezes a falta de paciência acaba lhes roubando a paz do ambiente profissional. Nas relações empresariais a impaciência pode ser um dos sentimentos que predominam em quase todos aqueles que convivem diariamente e dividem o mesmo espaço durante todo um ano. O jeito de ser do outro pode causar sérias irritações em todos ou em alguém especificamente. Geralmente, todos desejam que todos sejam iguais. Quando esta postura é adotada pelos funcionários as divergências começam a surgir. O patrão gostaria que o secretário fosse tão ágil no pensamento como ele o é. O secretário acredita que o contador deveria ser tão simpático quanto ele o é. O contador, por sua vez, pensa que a cozinheira deveria ser tão organizada como ele o é... Na maioria das vezes sempre se exige que o outro seja como somos. Quando essa realidade se apresenta estamos diante de um sério conflito de impaciência nas relações interpessoais que atingem diversos funcionários.

A impaciência nas empresas surge muitas vezes de conflitos pessoais mal resolvidos. Muitos projetam suas sombras em outras pessoas. E quando isso acontece o que eles veem de negativo no outro são suas próprias realidades negativas que não foram trabalhadas. Outros passam a vida distribuindo suas sombras interiores para seus colegas de trabalho. Outros ainda nunca tiram férias, pois se ficarem um tempo maior sem suas sombras projetadas, entrarão em desespero, pois terão que enfrentar seu lado sombrio. Sempre será mais fácil projetar no outro aquilo que não se tem coragem de enfrentar.

Outros ao longo da vida desejam que todos caminhem no seu ritmo espiritual. A vida é como um jardim com muitas flores. Algumas estão nascendo, outras começaram a crescer, outras estão com botões, outras já estão florindo. A impaciência no campo espiritual faz com que pensemos que todos estão no mesmo processo que o nosso. E a realidade mostra que não é bem assim. Cada pessoa está em uma etapa no processo de amadurecimento espiritual. Alguns estão bem adiantados na caminhada, outros estão engatinhando, outros ainda estão descobrindo o que é a fé. Cada pessoa exige um ritmo próprio de caminhar. Saber respeitar o tempo de cada um é sabedoria que nasce de um profundo relacionamento com Deus e com o próximo. Corremos o risco de exigir que o outro pule etapas em seu processo de amadurecimento espiritual. Quando isso acontece muitos se sentem sufocados, pois não lhes foi permitido que percorressem o processo necessário de amadurecimento na fé com paciência. Imagine o que seria da primavera se o outono não cumprisse seu tempo? A primavera é um processo de estações. O amadurecimento espiritual é um processo de paciência que nasce de um olhar de respeito diante do tempo de cada ser humano.

Inúmeras comunidades vivem em profundas crises pela impaciência entre seus membros. O diferente sempre é motivo de questionamentos e incompreensões. Diante daquele que pensa de maneira diferente muitos acabam se colocando na defensiva. Talvez, a paciência necessária nas relações comunitárias poderia fazer com que todos aprendessem com quem pensa diferente da maioria. O outro nunca deve ser visto como opositor. Quando o jeito de ser do outro nos questiona e nos retira de nossas seguranças é chegado o momento de refletir e descobrir novos caminhos para criar relações de paz. Não será excluindo quem pensa diferente da maioria que chegaremos a algum lugar. A diferença do outro é motivo para crescer sempre em comunidade de fé. Os discípulos de Cristo não eram iguais entre si. Cada um tinha um estilo de ser. E foram essas diferenças que deram origem às primeiras comunidades cristãs. Jesus sabia que, com a paciência, seria possível compreender a cada sem excluir ninguém do Seu plano de amor.

O excesso de impaciência na vida pode ser fruto da falta de paciência consigo mesmo. Muitas pessoas não conseguem ter paciência com elas mesmas. Muitos vivem reféns do passado. Algemaram em seu coração situações tristes: raiva, mágoas, falta de perdão. Hoje não conseguem ter uma vida de paz. Não se reconciliaram com o que passou e dão vida no presente ao que nunca mais voltará. Quem faz este processo, muitas vezes doentio, perde a oportunidade de reescrever seu presente com tonalidades de esperança. Ter consciência dos processos que aprisionam o presente ao passado pode ser fonte libertadora para dar início a uma nova vida. Reconciliar-se com as próprias sombras é apenas o início de uma caminhada que não tem data marcada para terminar.

Diante de todos aqueles que estavam aprisionados pelos sofrimentos passados, Jesus não condenou, apenas olhou com esperança diante das páginas da vida que cada um deveria escrever. O olhar de possibilidades de Cristo devolveu a cada um a paciência necessária para recomeçar uma nova história.

Em um tempo no qual poucos tinham paciência com o pecador, Jesus iluminou com um olhar de acolhida o coração de todos aqueles que faziam da impaciência uma lei para julgar quem era diferente. Enquanto muitos paravam nos erros, Cristo caminhava pela história de cada pessoa e adentrava no coração de cada uma. O olhar de Cristo Ressuscitado nos ensina hoje o caminho para a prática da paciência no cotidiano da vida. Ver além das aparências, acolhendo a quem pensa diferente, é um caminho para descobrirmos os segredos da paciência.

O cultivo da paciência é um exercício diário. Muitas vezes, o processo da paciência em nós é lento. Mas nem por isso devemos desanimar. Deus é extremamente paciente com as nossas limitações, erros, egoísmos, mentiras. Será cultivando a paciência no jardim de nossa alma que vamos colher flores de bondade e tolerância. A paciência somente será construída no meio de nós, quando Jesus for nosso modelo de amor para com todos. 

MCS - GO SDS - 03/2012

19 de mar. de 2012

Hoje é dia de: São José!

Fonte: RCC RS

Celebra-se hoje, 19 de março, a Solenidade de São José. Neste dia, a Igreja, espalhada pelo mundo todo, recorda solenemente a santidade de vida do seu patrono.
Pouco conhecemos sobre a vida de São José; unicamente as rápidas referências transmitidas pelos evangelhos. Este pouco, contudo, é o suficiente para destacar seu papel primordial na história da salvação. José é o elo de ligação entre o Antigo e o Novo Testamento. É o último dos patriarcas. Para destacar este caráter especial de José, o evangelho de S. Mateus se apraz em atribuir-lhe “sonhos”, à exemplo dos grandes patriarcas, fundadores do povo judeu (Mt 1,20-24; 2,13-19). A fuga de José com sua família para o Egito repete, de certa forma, a viagem do patriarca José, para que nele e em seu filho Jesus se cumprisse o novo Êxodo (Mt 2,13-23; Os 11,1; Gn 37; 50,22-26).
A missão de José na história da salvação consistiu em dar a Jesus um nome, fazê-lo descendente da linhagem de Davi, como era necessário para cumprir as promessas.
Sua pessoa fica na penumbra, mas o Evangelho nos indica concisamente as fontes de sua grandeza interior: era um “justo” (Abraão tinha buscado seis justos na cidade e não os tinha achado);de uma fé profunda, inteiramente disponível à vontade de Deus, alguém que “esperou contra toda esperança”.
Sua figura quase desapareceu nos primeiros séculos do cristianismo, para que se firmasse melhor a origem divina de Jesus. Mas já na Idade Média, S. Bernardo, Sto. Alberto Magno e S. Tomás de Aquino lhe dedicaram tratados cheios de devoção e entusiasmo. Desde então, seu culto não tem feito senão crescer continuamente. Pio IX declarou-o padroeiro da Igreja universal com o decreto Quemadmodum Deus; Leão XIII, na encíclica Quamquam pluries, propunha-o como advogado dos lares cristão. Em nossos dias foi declarado modelo dos operários.
São José, intercessor e patrono da Igreja, rogai por nós!

MCS - GO SDS - 03/2012

16 de mar. de 2012

POR DENTRO DO CÉREBRO


Parte da entrevista ao neurocirurgião Dr. Paulo Niemeyer Filho



O que fazer para melhorar o cérebro ?

Resposta: Vc tem de tratar do espírito. Precisa estar feliz, de bem com a vida, fazer exercício. Se está deprimido, reclamando de tudo, com a autoestima baixa, a primeira coisa que acontece é a memória ir embora; 90% das queixas de falta de memória são por depressão, desencanto, desestímulo. Para o cérebro funcionar melhor, você tem de ter alegria. Acordar de manhã e ter desejo de fazer alguma coisa, ter prazer no que está fazendo e ter a autoestima no ponto.

Cabeça tem a ver com alma?

PN: Eu acredito que a alma está na cabeça. Quando um doente está com morte cerebral, você tem a impressão de que ele já está sem alma... Isso não dá para explicar, o coração está batendo, mas ele não está mais vivo. Isto comprova que os sentimentos se originam no cérebro e não no coração.

O que se pode fazer para se prevenir de doenças neurológicas?

PN: Todo adulto deve incluir no check-up uma investigação cerebral. Vou dar um exemplo: os aneurismas cerebrais têm uma mortalidade de 50% quando rompem, não importa o tratamento. Dos 50% que não morrem, 30% vão ter uma sequela grave: ficar sem falar ou ter uma paralisia. Só 20% ficam bem. Agora, se você encontra o aneurisma num checkup, antes dele sangrar, tem o risco do tratamento, que é de 2%, 3%. É uma doença muito grave, que pode ser prevenida com um check-up.

Você acha que a vida moderna atrapalha?

PN: Não, eu acho a vida moderna uma maravilha. A vida na Idade Média era um horror. As pessoas morriam de doenças que hoje são banais de ser tratadas. O sofrimento era muito maior. As pessoas morriam em casa com dor. Hoje existem remédios fortíssimos, ninguém mais tem dor.

Existe algum inimigo do bom funcionamento do cérebro?

PN: Todo exagero. Na bebida, nas drogas, na comida, no mau humor, nas reclamações da vida, nos sonhos, na arrogância, etc. O cérebro tem de ser bem tratado como o corpo. Uma coisa depende da outra. É muito difícil um cérebro muito bom num corpo muito maltratado, e vice-versa.

Qual a evolução que você imagina para a neurocirurgia?

PN: Até agora a gente trata das deformidades que a doença causa, mas acho que vamos entrar numa fase de reparação do funcionamento cerebral, cirurgia genética, que serão cirurgias com introdução de cateter, colocação de partículas de nanotecnologia, em que você vai entrar na célula, com partículas que carregam dentro delas um remédio que vai matar aquela célula doente que te faz infeliz. Daqui a 50 anos ninguém mais vai precisar abrir a cabeça.

Você acha que nós somos a última geração que vai envelhecer?

PN: Acho que vamos morrer igual, mas vamos envelhecer menos. As pessoas irão bem até morrer. É isso que a gente espera. Ninguém quer a decadência da velhice. Se você puder ir bem mentalmente, com saúde, e bom aspecto, até o dia da morte, será uma maravilha.

Hoje a gente lida com o tempo de uma forma completamente diferente. Você acha que isso muda o funcionamento cerebral das pessoas?

PN: O cérebro vai se adaptando aos estímulos que recebe, e às necessidades. Você vê pais reclamando que os filhos não saem da internet, mas eles têm de fazer isso porque o cérebro hoje vai funcionar nessa rapidez. Ele tem de entrar nesse clique, porque senão vai ficar para trás. Isso faz parte do mundo em que a gente vive e o cérebro vai correndo atrás, se adaptando.

Você acredita em Deus?

PN: Geralmente depois de dez horas de cirurgia, aquele estresse, aquela adrenalina toda, quando acabamos de operar, vai até a família e diz:

"Ele está salvo".

Aí, a família olha pra você e diz:
"Graças a Deus!".

Então, a gente acredita que não fomos apenas nós, que existe algo mais, independente de religião.

MCS - GO SDS - 03/2012

13 de mar. de 2012

A última ceia



A respeito da Última Ceia, o Papa Bento XVI assim afirma: “Em certo sentido, podemos dizer que é precisamente a Última Ceia o ato fundacional da Igreja, porque Ele entrega-Se a Si mesmo e, assim, cria uma nova comunidade, uma comunidade unida na comunhão com Ele próprio.” Pois foi na Última Ceia Ceia que Jesus nos revelou Seu amor de três modos: “lavou os pés dos Seus discípulos, mostrando que está entre nós como aquele que serve (cf. Lc 22,27); antecipou simbolicamente o Seu sofrimento salvífico, pronunciando sobre os dons do pão e do vinho as palavras ‘Isto é o meu corpo, que será entregue por vós’ (cf. Lc 22,19) e instituindo, assim, a Sagrada Eucaristia. Por fim, dizendo aos apóstolos ‘Fazei isto em memória de Mim!’ (1Cor 11,24), fez deles sacerdotes da Nova Aliança” [99]

MCS - GO SDS - 03/2012

11 de mar. de 2012

Amor e Responsabilidade: para além do impulso sexual

Por Edward P. Sri, baseado em seu livro "Men, Women and the Mystery of Love"

Em nossa primeira reflexão sobre o livro "Amor e Responsabilidade", de João Paulo II, consideramos o "princípio personalista", o qual diz que não devemos tratar as outras pessoas meramente como meios para um fim.
 
Fonte: Vida e Castidade

Particularmente, vimos como o utilitarianismo enfraquece nosso relacionamento, fazendo-nos valorizar as pessoas primeiramente em termos de algum prazer ou benefício que recebemos na relação com ela.

Ainda assim utilitaristas sofisticados podem argumentar que não há nada de errado em duas pessoas “usarem” uma à outra na medida em que eles consentirem mutuamente e receberem mutuamente alguma vantagem da relação. Na verdade, alguns dizem que um relacionamento que traz consigo o egoísmo (interesse próprio) do homem e o egoísmo da mulher de modo benéfico para os dois seria na verdade um relacionamento de amor.

Por exemplo, o que tem de errado com Bill e Sally terem sexo antes do casamento, se cada um dos dois consente, e cada pessoa ganha algum prazer com isso? Já que no ato sexual o desejo que Bill tem por prazer se harmoniza com o desejo que Sally tem por prazer, tal ato não parece ser egoísta. Ambos dão prazer um para o outro, e não apenas para si próprios.

O Papa João Paulo II aponta um grande problema com esse tipo de relacionamento: “No momento em que deixarem de consentir e deixarem de ser vantajosos um para o outro, nada mais restará da harmonia original. Não haverá amor, em nenhuma das pessoas nem entre elas”.

Esse tipo de relacionamento me impede de estar realmente em comunhão com a outra pessoa, de estar comprometido com ela como pessoa, pois esse tipo de relação ainda está dependente do que eu vou conseguir da outra pessoa. Estou “comprometido” com a pessoa apenas até o ponto – e somente até aí – em que recebo prazer ou vantagem do relacionamento. Na verdade, o Papa João Paulo II compara tal relacionamento de utilização mútua à prostituição.

Como a prostituição

Imagine um homem de negócios que tem um relacionamento com uma prostituta toda semana numa determinada noite. O homem deseja o prazer sexual que ela pode lhe dar, e a mulher deseja o dinheiro que ele pode lhe dar. Ambos possuem objetivos pessoais que convergem para o ato sexual e beneficiam a outra pessoa. Ambos conseguem o que querem, e no processo atendem aos desejos da outra pessoa.

Entretanto, no momento em que o encontro dessas duas pessoas deixa de ser mutuamente vantajosa, o que acontecerá com esse relacionamento? Se a prostituta pode ser mais bem paga por um homem mais rico naquela noite particular da semana, provavelmente ela vai deixar o primeiro homem de negócios pelo segundo, mais rico. Por outro lado, se o homem de negócios não acha mais a prostituta prazerosa, e encontra uma prostituta mais jovem e mais atraente, ele também provavelmente vai deixar a primeira prostituta pela segunda, mais jovem.

Isso pode parecer um exemplo exagerado, mas pense quantas relações entre homem e mulher no mundo de hoje não são muito melhores que isso? Quantos relacionamentos são baseados mais em um mútuo uso do que em amor compromisso e em uma comunhão verdadeira de pessoas? Por exemplo, quantas jovens mulheres entregam sua virgindade e dormem com um homem em troca da segurança emocional de ter um namorado ou por medo de que, se não o fizerem, esse homem pode terminar o relacionamento com ela? Quantos homens querem somente uma garota bonita para dormir com ela pelo prazer físico que pode conseguir com essa relação? Esses relacionamentos não são de autêntico amor que trazem as pessoas à comunhão uma com a outra. Ao invés, são simplesmente formais socialmente mais aceitáveis de um uso mútuo – similar à prostituição.

Insegurança, não amor

João Paulo II nota como as relações baseadas no utilitarianismo lançam medo e insegurança em uma ou ambas as pessoas. Um sinal de alerta que mostra a possibilidade de existir uma relação utilitária é quando uma pessoa tem medo de conversar com a outra sobre assuntos difíceis, ou teme resolver problemas na relação com a pessoa amada.

Uma razão pela qual muito casais (seja de namorados, noivos, ou casados) nunca enfrenta as dificuldades na relação com o outro é porque no fundo sabem que não há muita base sólida para o relacionamento continuar – apenas o prazer ou benefício mútuo. Teme-se que, se o relacionamento se tornar desafiador, exigente, ou difícil para a outra pessoa, ela vai “cair fora”. A única maneira de manter o relacionamento é esconder os problemas e fingir que as coisas não estão assim tão ruins quanto parecem. “O amor assim compreendido é por si mesmo evidentemente uma pretensão que tem que ser muito bem cultivada para esconder a realidade escondida: a realidade do egoísmo, e do tipo mais baixo de egoísmo, aquele que explora a outra pessoa para obter para si o ‘máximo de prazer’”.

O Papa João Paulo II então mostra como as pessoas nesse tipo de relacionamento às vezes permitem até mesmo serem usadas pelo outro a fim de conseguir o que desejam do relacionamento: “Cada uma das pessoas está preocupada principalmente em gratificar o próprio egoísmo, mas ao mesmo tempo consente em servir o egoísmo do outro, porque isso pode trazer a oportunidade de satisfazer depois o próprio egoísmo – e fazem isso apenas enquanto isso é verdade”.

Nesse caso, a pessoa deliberadamente se permite ser usada como meio para as intenções egoístas da outra pessoa. “Se eu trato uma outra pessoa como meio e como instrumento com relação a mim, não posso me considerar senão igualmente, à mesma luz, como meio. Nós temos aqui algo como o oposto do mandamento do amor”.

O impulso sexual

A sexualidade é uma das principais áreas onde podemos cair na atitude de usar uma outra pessoa. O Papa João Paulo II, portanto, despende muito tempo refletindo sobre a natureza do impulso sexual.

Primeiramente, ele discute como o impulso sexual se manifesta na tendência das pessoas humanas buscarem o sexo oposto. Ele diz que o impulso sexual orienta um homem para as características físicas e psicológicas de uma mulher – seu corpo, sua feminilidade – que são os próprios atributos mais complementares ao homem. E a mulher, por sua vez, está orientada para os atributos físicos e psicológicos de um homem – seu corpo e sua masculinidade – as propriedades que são naturalmente complementares para a mulher. Portanto, o próprio impulso sexual é experimentado como uma atração corporal (física) e emocional (psicológica) para uma pessoa do sexo oposto.

Entretanto, o impulso sexual não é uma atração para as qualidades físicas e emocionais do sexo oposto no abstrato. O Papa João Paulo II enfatiza que esses atributos somente existem em uma pessoa humana concreta. Por exemplo, nenhum homem é atraído ao “loira” ou “morena”, abstratamente. Ele se sente atraído, ao invés, a uma mulher – uma pessoa em particular – que pode ter cabelo loiro ou moreno. Uma mulher não se sente primariamente atraída pela “masculinidade” como um conceito teórico, mas ela pode se sentir muito atraída por um homem particular que exibe certos traços tradicionalmente masculinos, tais como coragem, decisão, força, e cavalheirismo.

O Papa João Paulo II enfatiza esse ponto para mostrar como o impulso sexual, em última análise, dirige-se à pessoa humana. Portanto, o impulso sexual não é, em si mesmo, ruim. Na verdade, por se destinar a nos orientar em direção a outra pessoa, o desejo sexual pode fornecer um espaço para o autêntico amor se desenvolver.

Isso não quer dizer que o impulso sexual deve ser igualado ao amor. O amor envolve muito mais do que as reações sensuais ou emocionais espontâneas que são produzidas pelo desejo sexual; o autêntico amor requer atos da vontade dirigidos em prol do bem da outra pessoa. Ainda assim, o Papa João Paulo II diz que o impulso sexual pode fornecer a “matéria-prima” a partir da qual atos de amor podem surgir – isso se for guiado por um grande senso de responsabilidade pela outra pessoa.

Mais do que instinto animal

É importante notar que o impulso sexual nas pessoas humanas não é o mesmo que o instinto sexual encontrado nos animais. O Papa João Paulo II explica que nos animais o instinto sexual é um modo reflexo de ação, que não depende de pensamento consciente. Por exemplo, uma gata fêmea no cio não reflete qual o melhor tempo, lugar ou circunstância para ela acasalar, e não pensa em qual gato macho das vizinhanças ela quer como parceiro ideal. Os gatos simplesmente agem por reflexo, de acordo com seus instintos.

As pessoas humanas, entretanto, não precisam ser escravas do que está borbulhando dentro delas na esfera sexual. No final das contas, a pessoa está em controle do impulso sexual – e não o contrário. A pessoa pode escolher como vai usar esse impulso.

Um homem, por exemplo, pode experimentar uma atração sexual por uma mulher. Ele às vezes pode até experimentar essa atração como algo que acontece a ele – algo que começa a tomar lugar em sua vida sensual ou emocional sem nenhuma iniciativa de sua parte. Entretanto, essa atração pode e deve estar subordinada ao seu intelecto e sua vontade. Uma pessoa pode não ser sempre responsável pelo que lhe acontece na área da atração sexual, mas ela é sempre responsável pelo que decide fazer em resposta a esses estímulos interiores.
Amar ou usar?

Lembremo-nos que o impulso sexual nos conduz aos atributos físicos e psicológicos da pessoa do sexo oposto. Mas, em última análise, existe para nos conduzir à pessoa que possui esses atributos – não apenas aos atributos em si. As manifestação do impulso sexual, portanto, nos colocam diante de uma decisão entre amar a pessoa e usá-la devido a seus atributos.

Por exemplo, digamos que Bill conhece Sally no trabalho, e rapidamente se sente atraído pela sua beleza e personalidade encantadora. Bill pode escolher entre se elevar acima dessa reação sexual inicial e ver nela mais do que apenas seu corpo e sua feminilidade. Ao olhar além dos atributos físicos e psicológicos que lhe dão prazer, ele tem a possibilidade de vê-la como uma pessoa, e responder a ela com atos de amor desinteressado.

Por outro lado, Bill pode experimentar a atração sexual e escolher a fixação nas qualidades físicas e psicológicas que lhe dão prazer. Fixando-se na sua beleza e no seu charme feminino – e no prazer que deles deriva – ele se distrai, perde a capacidade de ver Sally como ela realmente é, não consegue mais amá-la como uma pessoa. Ele pode ser gentil com ela, mas está, ao menos em algum grau significante, fazendo isso a fim de receber algum prazer sensual ou emocional derivado da proximidade para com ela. No final das contas, portanto, Bill a está usando como fonte de prazer para si.

O Papa João Paulo II diz que, se a interação entre um homem e uma mulher permanece no nível dessas reações iniciais produzidas pelo impulso sexual, o relacionamento não é capaz de amadurecer para uma comunhão verdadeira de pessoas. “Inevitavelmente, então, o impulso sexual em um ser humano está sempre no curso natural das coisas que se direcionam a outro ser humano. Se está se direcionando apenas aos atributos sexuais como tais, isso deveria ser reconhecido como um empobrecimento ou mesmo uma perversão desse impulso”.

Esse é um ponto importante para nossos encontros cotidianos com pessoas do sexo oposto. Seguindo o princípio personalista, o Papa João Paulo II nos lembra como devemos ser cuidadosos a fim de evitar tratar as outras pessoas como potenciais objetos para nosso próprio prazer sensual ou emocional. Lendo essas linhas, devemos nos perguntar uma questão crucial: O que faremos quando experimentarmos a excitação da atração sexual por uma particular pessoa do sexo oposto? O que um homem escolherá fazer quando percebe a beleza física de uma mulher? O que uma mulher escolherá fazer quando se sente atraída por um homem?

Nesses momentos importantes, podemos fazer a escolha de nos fixarmos nos prazeres sensuais ou emocionais que recebemos do corpo ou da masculinidade ou feminilidade da outra pessoa. E, ao fazer isso, estaremos vendo a pessoa como um objeto para usufruto pessoal, e assim estaremos caindo no utilitarianismo. Ou, ao contrário, podemos procurar cultivar o amor autêntico pela própria pessoa, dirigindo nossa atenção para a pessoa na sua integralidade. Olhando além dos atributos físicos e psicológicos, e vendo a pessoa real, abrimos as portas ao menos à possibilidade de desejar o bem da outra pessoa, como na amizade virtuosa, e nos abrimos a realizar atos de gentileza verdadeiramente altruístas – os quais não dependem da quantidade de prazer que recebemos do relacionamento.

Com esses insights, o Papa João Paulo II nos lembra que nossas delicadas interações com as pessoas do sexo oposto demandam grande responsabilidade. “Por essa mesma razão, as manifestações do impulso sexual no ser humano devem ser avaliadas no plano do amor, e qualquer ato que dele se origina forma um elo na corrente da responsabilidade, a responsabilidade pelo amor”.
 
MCS - GO SDS - 03/2012

9 de mar. de 2012

Hoje é dia de São Domingos Sávio

São Domingos SávioSeu lema foi “Antes morrer do que pecar”.

Nascido em Turim, na Itália, no ano de 1842, Domingos conheceu muito cedo Dom Bosco e participou do Oratório – lugar de formação integral - onde seu coração se apaixonou por Jesus e Nossa Senhora Auxiliadora.

Pequeno na estatura, mas gigante na busca de corresponder ao chamado à santidade, foi um ícone da alegria de ser santo. Um jovem comum, que buscava cumprir os seus deveres e amava a vida de oração.

Com a saúde fragilizada, faleceu com apenas 15 anos.

São Domingos Sávio, rogai por nós.

MCS - GO SDS - 03/2012

7 de mar. de 2012

Amor e Responsabilidade: entendendo corretamente as bases da amizade

Por Edward P. Sri (baseado em seu livro "Men, Women and the Mystery of Love")
Fonte: Vida e Castidade

O que um padre celibatário pode nos ensinar sobre amor, sexualidade, e relacionamentos entre homem e mulher?

Essa é a pergunta que um padre polonês, Karol Wojtyla, se fez na introdução de seu livro revolucionário, "Amor e Responsabilidade". Publicado em 1960, esse livro sobre a ética sexual foi fruto do extenso trabalho pastoral do Pe. Wojtyla com jovens, e das reflexões filosóficas que fez sobre esse tema quando ainda servia como sacerdote e professor universitário em Cracóvia - muito antes do mundo conhecê-lo como João Paulo II.
No livro "Amor e Responsabilidade", o Pe. Wojtyla argumenta que, apesar de faltar ao sacerdote a experiência direta do casamento e da sexualidade, ainda assim existe algo que lhe confere uma perspectiva ainda mais ampla nesses assuntos: uma vasta "experiência secundária". Como conselheiro espiritual que trabalhava bem próximo a muitos jovens adultos e jovens casais em meio a suas batalhas no campo do amor e da sexualidade, Pe. Wojtyla pôde aprender com a experiência de lidar com um variado espectro de personalidades, relacionamentos e casamentos, de um modo tal que não seria possível a um homem leigo. "Amor e Responsabilidade" foi o fruto dessa rica experiência pastoral, bem como de suas próprias reflexões filosóficas e teológicas sobre o amor, o sexo e o matrimônio.

Um grande livro

Janet Smith, dos Estados Unidos, uma das grandes palestrantes de ética sexual, afirma que "Amor e Responsabilidade" não é apenas um livro importante. Ela diz que esse livro deveria ser reconhecido como uma das maiores obras da civilização ocidental. Segundo ela, deveríamos colocar "Amor e Responsabilidade" junto com a "Ilíada" de Homero, a "Divina Comédia" de Dante, as "Confissões" de Santo Agostinho, na lista dos grandes livros do mundo, pelos séculos que virão. Ela diz: "Eu acredito que o livro do Papa João Paulo II deve figurar nessa lista por achar que as gerações futuras irão ler esse livro - elas certamente o devem fazer, pois se o fizerem verão que o livro enfrenta com firmeza questões que todo temos sobre a vida, além de oferecer uma maneira de ver as relações humanas que, se aceita, pode alterar radicalmente a maneira com a qual conduzimos nossas vidas". (1)

De fato, "Amor e Responsabilidade" fornece insights sobre o relaiconamento homem-mulher que realmente são capazes de mudar vidas - e são desesperadamente necessários hoje em dia. A nova geração, crescida no período pós-revolução sexual, está sedenta por qualquer direcionamento que a ajude a conduzir seus relacionamentos com o sexo oposto. Solteiros, noivos e jovens casais encontrarão em "Amor e Responsabilidade" não apenas uma perspectiva diferente de tudo que o mundo tende a oferecer, mas uma visão que, uma vez encontrada, certamente terá um impacto positivo na maneira com que nos relacionamos com os outros.

Nesta curta série de artigos, meus objetivos são modestos. Não pretendo oferecer uma análise acadêmica desse livro, nem entrar em debates eruditos sobre ética sexual. Pretendo, apenas, tornar mais acessíveis aos leitores leigos alguns dos insights dessa desafiante obra filosófica, e oferecer algumas de minhas próprias reflexões durante esse caminho, com a esperança de que os leitores possam se beneficiar da visão que o Papa João Paulo II tem sobre o amor e a sexualidade, e para que possam encontrar aplicações em suas próprias vidas.

O princípio personalista

O primeiro grande objetivo do Papa João Paulo II no livro “Amor e Responsabilidade” é explicar o que ele chama de “princípio personalista”. De acordo com esse princípio fundamental para as relações humanas, “uma pessoa não deve ser para a outra pessoa apenas um meio para atingir um fim”. Em outras palavras, nunca devemos tratar as pessoas como meros instrumentos para atingir nossos próprios objetivos.

João Paulo II explica porque deve ser assim. As pessoas humanas são capazes de autodeterminação. Ao contrário dos animais, que agem de acordo com seus instintos e apetites, os seres humanos podem agir deliberadamente. Através da autorreflexão, as pessoas podem escolher um curso de ação para si mesmas, e impor seu “mundo interior” para o mundo exterior através de suas escolhas. Tratar uma pessoa humana como mero instrumento para meus próprios objetivos é violar a dignidade da pessoa como ser que pode se autodeterminar. “Toda pessoa é, por natureza, capaz de determinar seus próprios fins. Qualquer um que trate uma pessoa como um meio para um fim violenta a própria essência do outro” (trecho do livro Amor e Responsabilidade).

Amar ou usar?

O que torna difícil viver na prática esse princípio básico das relações humanas é o espírito de utilitarianismo que permeia nossa sociedade Na visão utilitarista, as melhores ações humanas são aquelas que são mais úteis. E útil é aquilo que maximiza meu prazer e conforto e minimiza minha dor. A pressuposição que está por trás desse pensamento é que a felicidade consiste no prazer. Portanto, eu deveria sempre, segundo essa visão, perseguir tudo que me desse conforto, vantagem e benefício, e deveria evitar tudo que causasse sofrimento, desvantagem e perda.

Essa visão utilitarista afeta a maneira com que nos relacionamos com o outro. Se meu objetivo principal é perseguir meu próprio prazer, então eu faço as escolhas na minha vida com base em quanto elas me levarão a esse objetivo. Disso resuta que muitas pessoas hoje em dia – até mesmo bons cristãos – podem avaliar um relacionamento em termos de quão útil uma pessoa é para que eu atinja esse objetivo, ou quanta “diversão” eu tenho com essa pessoa. O Papa João Paulo II diz que, uma vez adotada essa atitude utilitária, começamos a reduzir as pessoas em nossas vidas a simples objetos que usamos para nosso próprio prazer.

Isso ajuda a explicar porque muitas amizades e “namoros” (e até mesmo casamentos) hoje em dia são tão frágeis e tão facilmente se dissolvem. Se eu avalio uma mulher com base apenas no que ela pode me trazer de “vantagem”, ou apenas com base no quanto eu posso obter de prazer estando com ela, então esse relacionamento não tem fundamentos sólidos. Assim que eu deixar de experimentar prazer ou benefício do tempo que passo com ela – ou assim que eu encontre outra pessoa que me dê mais prazer ou benefício –, ela passa a não valer mais nada para mim. Essa visão é muito distante do princípio personalista, e mais distante ainda de um relacionamento baseado no amor compromissado.

Amor e amizade

Aqui, pode ser útil mencionar os diferentes tipos de amizade, de acordo com Aristóteles, a quem o Papa João Paulo II cita na sua discussão sobre o amor.

Para Aristóteles, há três tipos de amizade, baseados em três tipos de afeição que unem as pessoas. Primeiramente, em uma amizade “por utilidade”, a afeição está baseada no benefício ou uso que os amigos extraem do relacionamento. Cada pessoa ganha alguma coisa com a amizade que serve a seu benefício, e o benefício mútuo da relação é o que une as duas pessoas.

Por exemplo, muitas amizades no ambiente de trabalho estão nessa categoria. Digamos que Bob possui uma empresa de construção civil em Boston. Ele tem uma amizade com Sam em São Francisco porque Sam vende pelo melhor preço o tipo de parafuso que Bob precisa. Para realizarem seus negócios Bob e Sam se encontram algumas vezes no ano, falam no telefone mais ou menos uma vez por semana, e trocam e-mails com certa frequência. Ao longo dos anos fazendo negócios, os dois aprenderam sobre a carreira, a família e os interesses do outro. Eles se dão bem, e sinceramente desejam tudo de bom na vida da outra pessoa. Eles são amigos, mas o que os une é o benefício particular que ganham com a amizade: parafusos para Bob e vendas para Sam.

Em segundo lugar, em uma amizade “por satisfação” a base da afeição é o prazer que se tira do relacionamento. Vê-se o amigo como a causa de algum prazer ou satisfação para si. Essa amizade busca sobretudo ter “diversão” com a outra pessoa. Os amigos podem escutar o mesmo tipo de música, praticar o mesmo esporte, gostar do mesmo tipo de atividade física, viver no mesmo dormitório, ou gostar de sair para as mesmas baladas. As duas pessoas podem se importar sinceramente com o outro, e desejar para o outro tudo de bom na vida, mas o que os une como amigos é primariamente o prazer ou a “diversão” que vivenciam juntos.

Fundamentos frágeis

Aristóteles nota que os tipos de amizade “por utilidade” e “por satisfação” são formas básicas de amizade, e não representam a amizade no sentido mais pleno. Amizades “por utilidade” e “por satisfação” não são necessariamente ruins, porém são as mais frágeis. Têm menos probabilidade de sobreviver ao teste do tempo, porque quando não existem mais os mútuos benefícios ou a “diversão” já não resta mais nada a unir as duas pessoas. Por exemplo, se Sam deixasse de vender parafusos, e passasse a vender livros, o que aconteceria com sua amizade com Bob, já que ele não venderia mais os parafusos que Bob precisa? Eles poderiam até trocar cartões de Natal, e e-mails de vez em quando, mas a amizade começaria a se dissolver, pois eles não precisariam mais se comunicar regularmente para tratar de negócios. A relação não é mais mutuamente benéfica.

De modo similar, na amizade “por satisfação”, quando os interesses de uma pessoa mudam, ou quando alguém se muda e não está mais por perto para compartilhar os momentos “de diversão”, provavelmente a amizade se esvanece. Isso ajuda a explicar porque a amizade entre os jovens muda com tanta rapidez. No processo de mudança do colégio para a faculdade e depois para o mundo profissional eles amadurecem, e seus interesses, valores, convicções morais e localizações geográficas tendem a sofrer muitas mudanças. Se suas amizades nesse período de transição não está baseado em algo mais profundo do que o simples fato de viverem no mesmo dormitório, praticar o mesmo esporte, e se divertirem juntos, as amizades provavelmente se dissolverão com o tempo.

Essas amizades baseadas em momentos de “diversão” juntos tendem a não continuarem depois que as experiências agradáveis não se encontram mais ali para serem compartilhadas.

Amizade virtuosa

Para Aristóteles, a terceira forma de amizade é a amizade no sentido pleno. Pode ser chamada amizade virtuosa porque os dois amigos estão unidos não por interesses próprios, mas por interesse em um objetivo comum: a “vida virtuosa”, a vida moral que se encontra na virtude.

O problema das amizades por prazer ou utilidade é que a ênfase está no que eu obtenho com ela. Entretanto, na amizade virtuosa, os dois amigos estão comprometidos em alcançar algo fora de si mesmos, algo que vai além de seus interesses pessoais. E esse bem maior é o que os une na amizade. Lutando lado a lado pela vida virtuosa, e encorajando um ao outro na vivência das virtudes, o amigo verdadeiro não se preocupa com o que vai obter do relacionamento, mas com o que é melhor para seu amigo e se preocupa em alcançar a vida virtuosa com seu amigo.

O que faz iniciar ou terminar um relacionamento

Com esse contexto em mente, o Papa João Paulo II nos fornecer a chave para evitar que nossos relacionamentos caiam nas águas egoístas do utilitarianismo. Ele diz que a única maneira de dois seres humanos evitarem usar um ao outro é se relacionar em vista de um bem comum, como na amizade virtuosa. Se a outra pessoa vê o que é bom para mim, e adota isso como bem para si própria, “estabelece-se uma ligação especial entre eu e essa outra pessoa: a união de um bem comum e de um objetivo em comum”. Esse objetivo comum une as pessoas interiormente. Quando não vivemos nossos relacionamentos com esse bem comum em mente, inevitavelmente trataremos a outra pessoa como um meio para um fim, para algum prazer ou uso.

Especialmente no casamento, há uma tentação a se portar de forma egoísta, a querer que o cônjuge ou os filhos se adaptem a nossos próprios planos, agendas e desejos. Por exemplo, quando se aproxima o final de semana, eu posso pensar apenas nas coisas que quero fazer – projetos que desejo completar em casa, trabalho que preciso realizar, eventos esportivos que quero assistir – sem dar prioridade ao que meu cônjuge ou meus filhos possas precisar de mim. Eu posso alegremente concordar em gastar dinheiro com coisas que são importantes para mim, mas resistir firmemente aos desejos de minha mulher de investir em algo que não me beneficia diretamente, mesmo sendo importante para nossa família.

Entretanto, o Papa João Paulo II nos lembra que a amizade verdadeira, especialmente a amizade no matrimônio, deve ser centrada na união por um bem comum. No matrimônio cristão, esse objetivo comum envolve a união dos esposos, e o serviço um ao outro, ajudando um ao outro a crescer em santidade, e também a procriação e a educação dos filhos.

Nossas próprias preferências e agendas devem estar subordinadas a esses bens maiores. Marido e mulher devem estar subordinados um ao outro para o bem dos filhos, buscando evitar que qualquer individualismo egoísta atrapalhe a família. Como em um time, marido e mulher trabalham em prol desse bem comum, e discernem juntos como usar melhor seu tempo, energia e recursos para atingir esses bens comuns do matrimônio.

O Papa João Paulo II explica como a união em torno desse bem comum garante que uma pessoa não esteja sendo usada ou negligenciada por outra. “Quando duas pessoas diferentes conscientemente escolhem um objetivo comum, isso as coloca em igualdade e afasta a possibilidade de uma estar sendo subordinada a outra. Ambas... por assim dizer... estão subordinadas àquele bem que constitui o objetivo comum”.

Sem essa finalidade comum, nossos relacionamentos inevitavelmente cairão em algum tipo de utilização da outra pessoa para nosso benefício ou prazer. No próximo artigo, consideraremos quão crucial esses pontos fundamentais de “Amor e Responsabilidade” são no trato com as atrações emocionais e físicas que tantas vezes experimentamos quando encontramos pessoas do outro sexo.

__________
Notas:
(1) Janet Smith, “John Paul II and Humanae Vitae” in Why Humanae Vitae was Right (San Francisco: Ignatius Press, 1993), 232.
(2) For a more extensive treatment of friendship in Aristotle, see J. Cuddeback, Friendship: The Art of Happiness (Greeley, CO: Epic, 2003).


O Autor: Edward Sri é professor assistente de Teologia do Benedictine College em Atchinson, Kansas, Estados Unidos, e autor de vários livros de Teologia e espiritualidade.

MCS - GO SDS - 03/2012

6 de mar. de 2012

Documentos da Igreja: definição e importância


Fonte: Voz da Igreja

Um leitor deste blog, identificado como Keslson Vieira, deixou-nos o seguinte comentário no post "A infalibilidade papal: o Papa é infalível? Quando? Como?":

"Paz e bem!

Deixa eu ver se entendi uma coisa. Sobre os documentos da Igreja (vindos do Vaticano), estes são tão verdadeiros quanto as sagradas escrituras? Do contrario até ponto são verdadeiros? E sobre escritos dos Doutores da Igreja, o que podemos afirmar?"



A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo seja sobre a sua vida, Kelson, e Maria Santíssima o acompanhe sempre! Perdoe-nos a demora na resposta, mas são muitas as nossas obrigações.

Respondendo à sua dúvida quanto aos documentos da Igreja: a Igreja Católica ensina que a Sã Doutrina, que ela guarda e proclama, foi sendo gradualmente revelada por Deus, em suas minúcias e detalhes, através dos tempos. Esse processo vem desde os tempos do Antigo Testamento, pois o Povo de Deus, é claro, já existia desde antes da vinda de Cristo.

Jesus Cristo, que é considerado pelos cristãos católicos como o único Salvador da humanidade, anunciou o Evangelho final e definitivo à humanidade. Mas a compreensão da Sã Doutrina de Nosso Senhor é baseada na Revelação Divina de maneira progressiva, isto é, se dá progressivamente através da História. Por isso, necessitamos sempre de constante estudo, reflexão, oração e contemplação.

Essa compreensão da Revelação, no entanto, permanece sempre fiel à própria Revelação, e é sempre orientada pelo Magistério da Igreja à qual foi confiada a autoridade sobre a Sã Doutrina, diretamente por Nosso Senhor. - Esta definição progressiva é chamada de "Desenvolvimento da Doutrina".

A Revelação, que é imutável e definitiva, é transmitida pela Igreja sob a forma da Tradição. A Doutrina Católica está expressa e resumida no Credo dos Apóstolos, no Credo Niceno-Constantinopolitano e também nos documentos da Igreja, como por exemplo o Catecismo da Igreja Católica (CIC) e o seu Compêndio (CCIC).

A Igreja, ao longo da história, cresceu na fé e produziu a Teologia. Dessa maneira foram criadas diversas formas de comunicação, internas e externas, destinadas a toda a Igreja (clero e leigos). Surgiam assim os documentos, as diretrizes e as normas baseadas na experiência e observância da prática cristã e da doutrina da Igreja. Portanto, tudo que até hoje foi publicado oficialmente pela Igreja (documentos) têm grande importância. Se o Magistério da Igreja extrai da Revelação Divina todo o ensinamento que dá aos fiéis, - que se compõe da Tradição (oral) que veio dos Apóstolos e da Tradição (escrita), a Bíblia, e se é sobre essa Tradição (escrita e oral, com igual importância nas duas formas), que o Magistério assenta seus ensinamentos infalíveis, - podemos dizer que sim, sem dúvida os documentos da Igreja são tão verdadeiros quanto as Escrituras.

Como você sabe, sem a Revelação oral, que chegou até nós por meio dos Apóstolos, nem mesmo a Bíblia existiria, já que ela foi redigida, canonizada e preservada pela Igreja através dos séculos.


Como verificar se um documento da Igreja é oficial:

Se é oficial aparece na Acta Apostolicae Sedis (versão em formato PDF aqui). Se você preferir, pode também verificar no jornal do Vaticano, o L’Osservatore Romano, que publicado em diversas línguas, inclusive em português.


Classificação dos Documentos Pontifícios
# Carta Encíclica:

a) doutrinal,

b) exortatória,

c) disciplinar;

# Epístola Encíclica;

# Constituição Apostólica;

# Exortação Apostólica;

# Carta Apostólica;

# Bula;

# Motu Proprio;

Esperando ter esclarecido as dúvidas, despedimo-nos deixando um abraço fraterno.
MCS - GO SDS - 03/2012

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