31 de ago. de 2012

JMJ Rio2013: Bento XVI foi o primeiro a se inscrever

Cerca de 4.000 inscritos em 24 horas

Fonte: Zenit

As inscrições para a Jornada Mundial da Juventude Rio2013 começaram na terça-feira, 28 de agosto 2012 e em apenas 24 horas cerca de 4.000 jovens já tinham garantido participação. O primeiro a se inscrever foi o Santo Padre Bento XVI.

Jornada Mundial da Juventude - JMJRio2013"Para nossa alegria jovens dos cinco continentes fizeram inscrição", comemorou a diretora do setor de Inscrições da JMJ Rio2013, irmã Shaiane Machado.  Os primeiros participantes são jovens de 28 países, divididos em 220 grupos, dos quais 112 são brasileiros. Mas o primeiro de todos a se inscrever foi Bento XVI, logo na manhã de terça-feira, 28 de agosto - Conforme notícia do site oficial da JMJ Rio 2013.

O arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, garantiu: "Já vivemos o clima da JMJ". Para ele, a abertura das inscrições de peregrinos representa um "passo importante" para a realização do evento. "A Jornada é um investimento na juventude, construindo valores mais humanos e solidários para fazer a diferença na sociedade", afirmou. "E a Igreja é chamada a estar junto nesta construção" - prosseguiu a nota.

A inscrição é a porta de entrada para o peregrino na JMJ Rio2013.  É por meio da inscrição que o jovem passa a fazer parte oficialmente da JMJ Rio2013.  

A organização avisa só se responsabilizar pelos grupos que comprarem os pacotes de estadia por meio do canal oficial.

Link oficial para inscrições: http://www.rio2013.com/pt/inscricao

MCS - GO SDS - 08/2012

28 de ago. de 2012

Meios de comunicação social

Fonte: Catecismo Jovem
 
Ligada à relação entre Palavra de Deus e culturas está também a importância da utilização  cuidadosa e inteligente dos meios, antigos e novos, de comunicação social. Os Padres sinodais recomendaram um conhecimento apropriado destes instrumentos, estando atentos ao seu rápido desenvolvimento e aos diversos níveis de interação e investindo maiores energias para adquirir competência nos vários sectores, particularmente nos novos meios de comunicação, como por exemplo a internet. de comunicação, como por exemplo a internet. Por parte da Igreja, já existe uma signicativa presença no mundo da comunicação de massa, e o próprio Magistério eclesial exprimiu-se várias vezes sobre este tema a partir do Concílio Vaticano II. A aquisição de novos métodos para transmitir a mensagem evangélica faz parte da constante tensão evangelizadora dos fiéis, e hoje a rede de comunicação envolve o mundo inteiro, tendo adquirido um novo signiÞ cado o apelo de Cristo: "O que vos digo às escuras, dizei-o à luz do dia, e o que escutais ao ouvido, proclamai-o sobre os terraços" (Mt 10, 27). Para além da forma escrita, a Palavra divina deve ressoar também através das outras formas de comunicação.

EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL VERBUM DOMINI - Palavra de Deus e meios de comunicação social. DO SANTO PADRE BENTO XVI

No âmbito das mídias, os produtores têm uma responsabilidade relativamente aos autorizadores. Acima de tudo, devem informar com toda a verdade. Tanto as investigações dos fatos como a sua divulgação devem atender aos direitos e à dignidade do ser humano.
Os meios de comunicação social devem contribuir para a edificação de um mudo justo, livre e solidário. Não raramente, as mídias são efetivamente instituídos como armas de discussão ideológica, ou, satisfazendo a vontade das audiências, renunciam a uma orientação ética dos conteúdos, convertendo-se em meios para seduzir as pessoas ou criar dependências nelas.
 
MCS - GO SDS - 08/2012

27 de ago. de 2012

A Igreja não erra? Como assim?

Fonte: Voz da Igreja
Este artigo surgiu de um rascunho de resposta a um leitor anônimo que passou a nos enviar, insistentemente, comentários questionando acerca do motivo de o Papa João Paulo II ter pedido perdão pelos "erros da Igreja", em especial aos judeus, por conta do "comportamento da Igreja durante a Segunda Guerra Mundial" (sic). Esses comentários surgiram depois que um outro leitor anônimo ter insinuado que o Papa Pio XII era simpatizante do regime nazista.

** Ler o artigo completo
MCS - GO SDS - 08/2012

22 de ago. de 2012

Não deixe o amor morrer


Na ilusão de que o outro é sua propriedade você acaba fazendo exigências descabidas isso tudo para aplacar a insegurança pessoal. Nessa troca mútua de privações; a liberdade é estrangulada pela obrigação e a monotonia dá uma segurança entediante que também vai asfixiando a relação e não demora muito sonhos vão morrendo e o diálogo e o desejo de saber da vida do outro desaparece. A cumplicidade cede lugar ao egoísmo desmedido. Para o amor não acabar precisamos aprender que estar com alguém requer paciência; diálogo; vontade; doação e eterna conquista. 

Atualmente existe um elevado número de divórcios, mas não é porque não gostamos de estar casados, mas sim porque as expectativas de um "bom" casamento são maiores do que antes. Todos querem uma vida de paixão com alguém especial e é por isso que também existe um alto número de segundos casamentos. Uma relação é como um investimento. No início existem incertezas, mas à medida que o tempo passa a confiança cresce. Não fique de braços cruzados, provoque uma mudança você mesma, fortaleça sua autoestima e verá que isso favorecerá também o relacionamento. É natural que existam falhas. 

Mas às vezes os dois estão fazendo direito e o amor se comporta como um perfume: fica um tempo no ar e depois se esvanece. Esse término depende de como foi o começo. Existem dois tipos principais de relacionamento. No primeiro, o casal busca bem-estar, quer adquirir bens, aumentar o prestígio social, construir uma família bem-sucedida. Um fica puxando o outro para cima: "Eu queria que você fosse mais isso, mais aquilo". No segundo, as pessoas se juntam para evoluir. Às vezes, nem há riqueza material. Eles se amam porque são do jeito que são. Não estou julgando nenhum dos tipos, porque ambos são baseados no amor. Aquele que vive do bem-estar acaba em litígio por causa do patrimônio. 

O que era motivo de orgulho vira troféu de guerra. No outro, o amor se transforma em aceitação. E quando existir traição? Numa relação de bem-estar, é um trauma, pois desestrutura todas as crenças alimentadas por anos. No outro tipo, não vira um ataque pessoal. Muitas vezes a relação continua por conta do carinho e afeto entre o casal, mas a verdade é que, com a chama da paixão extinta, o amor entre o casal pode sumir de vez. E como ficar junto por comodismo é a pior coisa para os dois, montamos uma listinha com os principais sinais de que o amor acabou. Quem sabe não é a hora, de você sacudir a poeira da relação e reativar o sentimento que uniu vocês dois? Também pode ser a deixa que você precisava para mudar o rumo da sua vida e sair por aí atrás de novas experiências, não é mesmo? Existem muitas razões para que um amor morra: falta de diálogo, medo de se entregar, desconfianças, ciúme excessivo, egoísmo exagerado, diferenças morais, religiosas ou até uma terceira pessoa - que já existia ou chegou depois... Mas a verdade é que nunca há somente um motivo. 

Inconscientemente ou não, propositadamente ou não, o fato é que há sempre uma lição a ser aprendida, mesmo por aquele que está sofrendo, mesmo por aquele que não quer abrir mão do amor, independentemente de sua condição. Então, a pergunta seria: por que manter uma relação que já não traz felicidade, que transforma cada dia numa batalha, que faz com que o outro se sinta pequeno, constrangido, decepcionado, angustiado e até sem vontade de viver?
MCS - GO SDS - 08/2012

21 de ago. de 2012

Vocação


“Desejo que as Igrejas locais, nas suas várias componentes, se tornem ‘lugar’ de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso.
Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação” (Bento XVI, 49º. Dia Mundial de Oração pelas Vocações).

Cada cristão tem amissão de testemunhar o Evangelho com a própria vida. Mas Deus percorre, com cada pessoa, um caminho próprio. A uns envia como leigos, para construírem o Reino de Deus no meio do mundo, numa família e com uma profissão; para isso, concede-lhes, no Batismo e na Confirmação, todos os dons do Espírito Santo necessários. A outros encarrega com o ministério pastoral, para guiar, ensinar e santificar seu povo; ninguém pode reclamar a si esta missão, pois é o próprio Senhor que os envia e dá, mediante o sacramento da Ordem, a sua força divina para o caminho, para, no lugar de Cristo, atuar e celebrar os Sacramentos. [138]

MCS - GO SDS - 08/2012

20 de ago. de 2012

Encerramento das Santas Missões Populares

Fonte: Jornal Ibiá

Homens, mulheres, crianças e adolescentes. Famílias inteiras, amigos, colegas e vizinhos. Não importa se sozinhos ou acompanhados, na manhã de ontem todos tinham o mesmo objetivo ao se reunir no Parque Centenário Erny Carlos Heller: receber a bênção da Ação de Graças pela Semana Missionária da Paróquia São João Batista, em Montenegro.
Com a presença de todas as 14 comunidades que formam a paróquia, religiosos e leigos se reuniram para difundir o evangelho e fazer com que a fé seja renovada constantemente na vida de todos os cristãos.
Com a proposta de reavivar a fé dos católicos, vários momentos marcaram o período de Missões da Diocese, como a ocasião em que cerca de 400 missionários leigos se propuseram a realizar a bênção das casas.
Católica e membro da Capela do Rosário, no bairro Rui Barbosa, a professora aposentada Maria Iloni de Moraes, 55 anos, faz parte do grupo de cristãos que teve sua residência abençoada. “Fui criada dentro do catolicismo, mesmo ensinamento que passei para meus filhos e netos. Por isso,  participar de momentos como esses das Missões representa uma oportunidade para o melhor conhecimento do evangelho, um chamado especial ao povo de Deus”, afirma, ao lado da neta Mariana, enquanto participam da celebração no Parque Centenário.
O bispo da Diocese de Montenegro, Dom Paulo Antonio De Conto, destaca que ao celebrar as Santas Missões, a Igreja exalta também a família, hoje um importante instrumento de conscientização sobre seu papel como igreja doméstica, na profunda convivência religiosa.
“A proposta das Santas Missões é um desafio que já dura três anos, mas que não termina aqui, vai continuar. Há três anos, na Diocese, a caminhada parecia longa, com a proposta de termos os leigos pregando, o povo evangelizando o povo. Mas com estudo, dedicação, reflexão e fé tudo foi acontecendo para hoje (domingo) estarmos aqui rendendo graças a Deus. A missão jamais para, e um dia poderemos entregar para Deus um mundo melhor” afirma o bispo.

Um instrumento para a evangelização

As Santas Missões representam um meio de evangelização, instrumento pelo qual a Diocese de Montenegro se propõe a realizar um chamamento a toda comunidade, com o objetivo de incentivar os fieis à prática da fé, da esperança e da caridade. As Santas Missões Populares querem ainda atualizar a missão de Jesus hoje, levando em consideração a realidade sociocultural local.
Com essa proposta, a ação busca movimentar a Igreja, no sentido de  conscientizar o povo para que viva com mais profundidade e testemunhe sua fé. Por isso, a missão deve ser permanente, seja dentro das comunidades religiosas, seja através da evangelização que cada cristão promove em sua casa e em visitas a escolas, hospitais, asilos, empresas, comércio, como as realizadas durante as Semanas Missionárias. 
MCS - GO SDS - 08/2012

17 de ago. de 2012

As crianças e as brigas dos pais


Sabemos, com certeza, que não basta ter ótimas práticas educativas. Os pais também devem ter bom relacionamento entre eles. Quanto mais os pais brigam entre si, mais a criança tem tendência de apresentar comportamentos denominados antissociais (brigar, mentir, praticar bullying, gritar etc.). 

Conflitos simples entre os pais não são apontados como problemas se o casal consegue resolver as diferenças. Porém, se as brigas continuam, podem levar a sinais de depressão, ansiedade e outros problemas transferidos às crianças. 

AS CRIANÇAS E AS BRIGAS DOS PAIS
Quanto melhor a interação familiar, menos estressante é a relação entre pais e filhos. 

Quanto mais as crianças percebem a desarmonia dos pais, menos regras os adultos colocam e mais elas são consideradas "difíceis" por eles. 

Quanto mais as crianças percebem um clima conjugal negativo, menor o índice de habilidades sociais. 

Quanto mais estressante a vida do casal, mais frequentes as punições físicas em relação às crianças. 

Crianças cujos pais têm uma relação harmônica têm melhores relacionamentos com os amigos. 

Acredito que o problema não está na discussão, mas, sim, em como ela é conduzida. Discussões fazem parte dos relacionamentos. Se um casal diverge em algo, não precisa omitir dos filhos. Mas essa conversa deve acontecer com respeito, sem ofensas, humilhações e, especialmente, sem violência, seja ela física ou verbal. Casais que não se respeitam possivelmente facilitarão o surgimento de conflitos nos filhos. 

Se os seus filhos presenciarem uma briga séria, converse com eles depois e peça desculpas. Os filhos podem aprender muito com as crises. As pessoas brigam e se reconciliam, podem ter opiniões diferentes e se amar mesmo assim; podem se amar e brigar de vez em quando... É importante aceitar a opinião de outros e saber perdoar. Brigas ruins são compostas por insultos pessoais, expressões de hostilidade, xingamentos e agressão física. Discussões que levam ao aprendizado mostram expressões verbais de apoio ao outro, compreensão e empatia; cumplicidade e compromisso para resolução do problema. 

DEPOIMENTOS REAIS 

A professora fez a seguinte pergunta às crianças: "Se você pudesse fazer três pedidos para a fada madrinha, quais você faria?". Veja algumas respostas: 

“Queria que meus pais parassem de gritar comigo e minha mãe parasse de me xingar.” (menina de 6 anos) 

“Queria que meus pais não me batessem mais.” (menina de 7 anos) 

“Queria que meus pais parassem de brigar entre eles e meu irmão não brigasse tanto comigo.” (menino de 5 anos)

MCS - GO SDS - 08/2012

10 de ago. de 2012

Semana Missionário em Montenegro

Saudações a todos!
 
Aproxima-se a Semana Missionária da Paróquia São João Batista.
 
Escrevo para pedir que conclamem seus grupos para a participação nesta semana especial.
 
Não haverá missa e nenhuma outra atividade no horário das pregações, durante toda a semana, em todas as comunidades e na matriz, às 20h.
 
Domingo, dia 12, missa às 18h em todas as comunidades, com a abertura da Semana.
 
Dia 19, às 8h30min, vamos nos encontrar no Parque Centenário para a missa, que será a única de toda a paróquia, às 9h da manhã. Não esquecer de levar cadeira e bandeirinhas na cor combinada com cada comunidade.
 
Peço aos coordenadores dos grupos que não haja reuniões e outras atividades, e que repassem este e-mail à sua lista de contatos.
 
A semana está bem preparada. Será bem vivida se dela participarmos com entusiasmo.
 
Programação completa na capa do Jornal Paroquial Mensageiro.
 
Agradeço a ajuda e a atenção.
 
Abraço a todos.
 
Pe. Eduardo Haas
Vigário Paroquial
 
MCS - GO SDS - 08/2012

3 de ago. de 2012

A Igreja e a escravidão dos negros

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Fonte: O Catequista

Para-papa-papapa, papa-papá! Para-papa-papapa, papa-papá! Papará, papará, papara-pá… Tchibuuuuummm! Teremos agora o prazer de detonar as falácias de mais um professor de História vacilão e fanfarrão.
A nossa leitora Lara nos enviou a seguinte mensagem:
“Gente, amo os posts de vcs! Gostaria que vcs me esclarecessem sobre a seguinte frase de um prof de História da escola onde estudo:
‘A Igreja permitia a escravidão de negros, pois eles não tinham, na visão deles, alma. Porém não podia escravizar indígenas. E até tem uma Bula Papal sobre isso.’
“Tô até imaginando que seja a maior mentira, mas gostaria de saber mais sobre! Obg desde já!”
Lara, para deixar este professor de cara no chão na frente da turma inteira, há cinco passos, que detalhamos a seguir. Está pronta e animada? Será divertido e didático desmascará-lo e, acima de tudo, é uma grande caridade que você poderá fazer aos seus colegas. Afinal, só a verdade pode nos libertar.
Passo 1 – Peça que seu professor aponte o documento em que a Igreja afirmava que os negros não têm alma
Lara, peça que ele diga o nome da tal Bula Papal que diz que os negros não têm alma. É provável que o seu professor, muito levianamente, cite a bula Dum Diversas, publicada em 1452 pelo Papa Nicolau V.
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O Mercado de Escravos. Pintura de Jean Léone Gérôme, 1866. Um muçulmano verifica os dentes de uma mulher branca.
Antes de falarmos sobre o que diz este documento, imaginemos a seguinte situação: estamos na Idade Média. Os cristãos estão sendo atacados por sarracenos (muçulmanos), que há tempos os matam, saqueiam seus bens e os escravizam. Durante as invasões, mulheres (inclusive crianças) são constantemente estupradas; muitas são capturadas e vendidas para servirem como escravas sexuais nos haréns. E a situação tende a piorar, pois Constantinopla está sob ameaça de ataque. Barra pesada, não?
Vale notar que este problema não era novo, nem pontual: há séculos os muçulmanos promoviam a caça e o tráfico de europeus. Tanto é que, 1198 (mais de 300 anos antes da citada bula), São João da Mata fundou a Ordem dos Trinitários para libertar os prisioneiros e escravos cristãos do domínio dos sarracenos; alguns anos depois, São Pedro Nolasco e São Raimundo de Penafort fundaram também a Ordem dos Mercedários, com o mesmo objetivo.
“O Islã pôs na escravidão mais de um milhão de europeus. Como muçulmanos não podem ser escravizados, era uma cristã branca que era a escrava sexual do sultão turco.”
Bill Warner, diretor do Centro para o Estudo do Islã Político (CSPI)
Diante dessa situação infernal, o que o líder deste povo deve fazer? Aqui se encaixa perfeitamente o conceito de “guerra justa” e o “direito de legítima defesa”, citados no Catecismo da Igreja Católica. Por isso, o Papa autorizou o rei Afonso V de Portugal a prender os sarracenos, que constantemente atacavam e escravizavam os cristãos na Europa:
“(…) nós lhe concedemos, por estes presentes documentos, com nossa Autoridade Apostólica, plena e livre permissão de invadir, buscar, capturar e subjugar os sarracenos e pagãos e quaisquer outros incrédulos e inimigos de Cristo (…) e reduzir suas pessoas à perpétua escravidão”.
Bula Dum Diversas
Então, os sarracenos e pagãos citados na bula não eram pessoas coitadinhas, que a Igreja “intolerante” mandou escravizar porque não aderiram à fé cristã. Sem o conhecimento do contexto histórico, uma pessoa que leia este trecho da bula logo conclui que a Igreja era a vilã da história, quando, na verdade, era uma vítima acuada tentando se defender.
Repare também, Lara, que esta bula se refere aos sarracenos (árabes), que não eram necessariamente negros. E não há nela qualquer vírgula que sugira, ainda que de leve, que qualquer indivíduo não tenha alma. Bem diferente disso, a bula deixava claro que era preciso promover a conversão dos sarracenos e pagãos escravizados. Acaso a Igreja poderia desejar a conversão de um ser que não tem alma?
O mais triste é saber que a interpretação deturpada da Bula Dum Diversas é divulgada não só por professores mal-intencionados e pelos programas da rede Record, mas também por gente católica. Fiquei muito surpresa ao me deparar com um artigo no site “Catequese Católica” (que possui milhares de seguidores no Facebook) defendendo esta calúnia:
“Os mouros foram assim combatidos ao longo de toda a Idade Média. Eram chamados também de infiéis. Os africanos assumem essa conformação e são vistos como escravos, assim como Cam.”
Fonte: site Catequese Católica
Ora, foram os mouros medievais que sempre perseguiram o povo católico! Toda vez que eles tomaram pau dos cristãos, na grande maioria das vezes, não receberam senão a justa resposta por sua violência. E a barbárie não terminou com o fim da Idade Média: somente entre 1500 e 1800, os árabes capturaram mais de 1 milhão de escravos brancos. Estes dados são frutos de uma pesquisa recente do historiador Robert Davis, professor de história da Ohio State University.
Uma das vítimas dos muçulmanos foi São Vicente de Paulo: aos 25 anos, em 1605, ele foi capturado por piratas turcos, durante uma viagem de navio. Foi vendido como escravo e trabalhou por dois anos na Tunísia. Por fim, teve a graça de ser libertado por seu senhor que, arrependido de ter abandonado um dia a fé católica, fugiu com ele para a França.
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Cristãos europeus condenados ao trabalho escravo nas galés de senhores árabes
Para saber mais sobre os estudos do professor Robert Davis, acesse:
Passo 2 – Cite os documentos que evidenciam a posição da Igreja contra a escravidão
Pra variar, a história real, documentada, é bem diversa dos mitos espalhados nas salas de aula. A verdade é que, desde os primeiros séculos, a Igreja condenou a escravidão de qualquer ser humano. Este ponto da doutrina não poderia jamais excluir os negros, já que existiam diversos homens negros de grande relevância desde as origens do cristianismo, a exemplo de Simão, “o Negro”: nos Atos dos Apóstolos é considerado como profeta e doutor (Atos 13, 1).
Em 1537, o Papa Paulo III publicou uma bula condenando a escravidão não somente dos indígenas, mas de “todas as mais gentes”, mesmo os não-cristãos, ou seja, dos negros também:
“(…) declaramos, que os ditos Índios, e todas as mais gentes que daqui em diante vierem à noticia dos Cristãos, ainda que estejam fora da Fé de Cristo, não estão privados, nem devem sê-lo, de sua liberdade, nem do domínio de seus bens, e que não devem ser reduzidos à servidão.”
Bula Veritas Ipsa
Para aprofundar seus conhecimentos sobre a doutrina da Igreja em relação à escravidão (inclusive dos negros), recomendo a leitura destes artigos:
Passo 3 – Aponte a delicada situação dos padres no Brasil colonial
É preciso esclarecer que, na época do Brasil-colônia, a Igreja estava sujeita ao poder da Coroa Portuguesa. Bem diferente do que muitos dizem, os padres não tinham poder suficiente para fazer valer as determinações papais que pediam o fim do tráfico negreiro e da escravidão. Se saíssem por aí dando uma de “rebelados contra o sistema”, metendo o dedo na cara dos senhores de escravos, certamente seriam expulsos da colônia.
Dentro desses limites, os sacerdotes ensinavam que os escravos não podiam ser maltratados, e insistiam especialmente para que viessem às missas e recebessem os Sacramentos. Alguns mais ousados, como o Padre Antônio Vieira, condenavam publicamente a exploração de escravos negros (sermão XXVII).
Passo 4 – Pergunte como seria possível batizar e casar criaturas sem alma
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Batismo de um homem negro. Pintura de F. J. Stober, 1878.
Lara, peça para o seu professor explicar como os padres poderiam batizar, casar e dar a Comunhão aos negros (o que foi feito maciçamente, desde o início da vinda dos escravos ao Brasil) e, ao mesmo tempo, afirmar que eles não tinham alma. Confuso, não?
É preciso que ele esclareça também como os negros, no período colonial, podem ter recebido a autorização da Igreja para fundar suas próprias irmandades e construir suas próprias igrejas e capelas.
Passo 5 – Dê uma trollada no Iluminismo
Pra arrematar, Lara, dê uma alfinetada no Iluminismo que, certamente, é uma das bases intelectuais do seu professor. Pergunte se acaso ele não estaria confundindo a doutrina Santa Igreja com um dos os seus prováveis mestres queridinhos: Voltaire. Ele, que publicamente defendia os direitos humanos e a liberdade para todos, tinha uma boa vida à custa de altos lucros com o tráfico de escravos negros, o qual financiava.
Ah! Dica final: lembre-se de levar uma máscara de gás, para não se intoxicar com a fumaça… o cérebro do seu professor corre o risco de fundir! Bem, pelo visto, não se perderá grande coisa.
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Negras novas a caminho da igreja para o batismo. Litografia Jean Baptiste Debret, 1834-1839.
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Casamento de negros de uma família rica. Desenho de Debret & Viscondessa de Portes e litografia

MCS - GO SDS - 08/2012

2 de ago. de 2012

Dar-se por inteiro

O homem por detrás do balcão olhava a rua de forma distraída. Uma garotinha se aproximou da loja e amassou o narizinho contra o vidro da vitrine. Os olhos da cor do céu brilhavam quando viu um
determinado objeto. Entrou na loja e pediu para ver o colar de turquesa azul.
- É para minha irmã. Pode fazer um pacote bem bonito?, diz ela.
O dono da loja olhou desconfiado para a garotinha e lhe perguntou:
- Quanto de dinheiro você tem?
Sem hesitar, ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e foi desfazendo os nós. Colocou-o sobre o balcão e feliz, disse:
- Isso dá?
Eram apenas algumas moedas que ela exibia orgulhosa.
- Sabe, quero dar este presente para minha irmã mais velha. Desde que morreu nossa mãe ela cuida da gente e não tem tempo para ela. É aniversário dela e tenho certeza que ficará feliz com o colar que é da cor de seus olhos.
O homem foi para o interior da loja, colocou o colar em um estojo, embrulhou com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com uma fita verde. Tome!, disse para a garota. Leve com cuidado. Ela saiu feliz saltitando pela rua abaixo.
Ainda não acabara o dia quando uma linda jovem de cabelos loiros e maravilhosos olhos azuis entrou na loja. Colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho desfeito e indagou:
- Este colar foi comprado aqui?
- Sim senhora.
- E quanto custou?
- Ah!, falou o dono da loja. O preço de qualquer produto da minha loja é sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o cliente.
A moça continuou:
- Mas minha irmã tinha somente algumas moedas! O colar é verdadeiro, não é? Ela não teria dinheiro para pagá-lo!
O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou a fita e o devolveu à jovem.
- Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar. ELA DEU TUDO O QUE TINHA.
O silêncio encheu a pequena loja e duas lágrimas rolaram pela face emocionada da jovem enquanto suas mãos tomavam o pequeno embrulho. A verdadeira doação é dar-se por inteiro, sem restrições.


MCS - GO SDS - 08/2012

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