21 de out. de 2011

A missa explicada por padre Pio

Fonte: A era do milgare
 
“Padre Pio era o modelo de cada padre... Não se podia assistir ‘à sua Missa’, sem que nos tornássemos, quase sem perceber, ‘participantes’ desse drama que se vivia a cada manhã sobre o altar. Crucificado com o Crucificado, o Padre revivia a paixão de Jesus com grande dor, da qual fui testemunha privilegiada, pois o ajudava, na missa.

Ele nos ensinava que nossa Salvação só se poderia obter se, em primeiro lugar, a cruz fosse plantada na nossa vida. Dizia: ‘Creio que a Santíssima Eucaristia é o grande meio para aspirar à Santa Perfeição, mas é preciso recebê-La com o desejo e o engajamento de arrancar, do próprio coração, tudo o que desagrada Àquele que queremos ter em nós’ (27 de julho 1917). Pouco depois da minha ordenação sacerdotal, explicou-me ele que, durante a celebração da Eucaristia, era preciso colocar em paralelo a cronologia da Missa e a da Paixão. Trata-se, antes de tudo, de compreender e de realizar que o Padre no altar é Jesus Cristo. Desde então, Jesus, em seu Padre , revive indefinidamente a mesma Paixão.

Do sinal da cruz inicial até o Ofertório, é preciso ir encontrar Jesus no Getsêmani, é preciso seguir Jesus na Sua agonia, sofrendo diante deste ‘mar de lama’ do pecado. É preciso unir-se a Jesus em sua dor de ver que a Palavra do Pai, que Ele veio nos trazer, não é recebida pelos homens, nem bem, nem mal. E, a partir desta visão, é preciso escutar as leituras da Missa como sendo dirigidas a nós, pessoalmente .

O Ofertório: É a prisão, chegou a hora...

O Prefácio: É o canto de louvor e de agradecimento que Jesus dirige ao Pai, e que Lhe permitiu, enfim, chegar a esta ‘Hora’.

Desde o início da Oração Eucarística até a Consagração: Nós nos unimos (rapidamente!...) a Jesus em Seu aprisionamento, em Sua atroz flagelação, na Sua coroação de espinhos e Seu caminhar com a cruz nas costas, pelas ruelas de Jerusalém e, no ‘Memento’, olhando todos os presentes e aqueles pelos quais rezamos especialmente.

A Consagração nos dá o Corpo entregue agora, o Sangue derramado agora. Misticamente, é a própria crucifixão do Senhor. E é por isso que Padre Pio sofria atrozmente neste momento da Missa.

Nós nos uníamos em seguida a Jesus na cruz, oferecendo ao Pai, desde esse instante, o Sacrifício Redentor. Este é o sentido da oração litúrgica que segue imediatamente à consagração.

‘Por Cristo com Cristo e em Cristo’ corresponde ao grito de Jesus: ‘Pai, nas Tuas Mãos entrego o Meu Espírito!’. Desde então, o sacrifício é consumado pelo Cristo e aceito pelo Pai. Daqui por diante, os homens não mais estão separados de Deus e se encontram de novo unidos. É a razão pela qual, nesse instante, recita-se a oração de todos os filhos: ‘Pai Nosso...’.

A fração da hóstia indica a Morte de Jesus...

A Intinção, instante em que o Padre, tendo partido a hóstia (símbolo da morte...), deixa cair uma parcela do Corpo de Cristo no cálice do Precioso Sangue, marca o momento da Ressurreição, pois o Corpo e o Sangue estão de novo reunidos e é ao Cristo Vivo que vamos comungar. A Bênção do Padre marca os fiéis com a cruz, ao mesmo tempo como um extraordinário distintivo e como um escudo protetor contra os assaltos do Maligno...

Depois de ter escutado uma tal explicação dos lábios do próprio Padre e sabendo bem que ele vivia dolorosamente tudo aquilo, compreende-se que me tenha pedido segui-lo neste caminho... o que eu fazia cada dia... E com que alegria!”

Pe Jean Derobert.

Confidências a seus filhos espirituais:

“Minha missa é uma mistura sagrada com a Paixão de Jesus. Minha responsabilidade é única no mundo”, disse ele chorando. “Na Paixão de Jesus, encontrarão também a minha.” “Não desejo o sofrimento por ele mesmo, não; mas pelos frutos que me dá. Ele dá glória a Deus e salva meus irmãos, que mais posso desejar?”.

Pergunta: A que momento do Divino Sacrifício mais sofreis?
Resposta: Da consagração à comunhão.

P.: Padre, por que o senhor chora no Ofertório?
R.: Queres saber o segredo? Pois bem: porque é o momento em que a alma se separa das coisas profanas.

P.: Padre, diga-me: por que sofre tanto na Consagração?
R.: Porque nesse momento se produz realmente uma nova e admirável destruição e criação.

P.: O senhor sofre a sede e o abandono de Jesus?
R.: Sim.

P.: Em que momento?
R.: Depois da consagração.

P.: Até que momento?
R.: Costuma ser até a Comunhão.

P.: Que é a Sagrada Comunhão?
R.: É toda uma misericórdia interior e exterior, todo um abraço. Pede a Jesus que Se deixe sentir sensivelmente.

P.: Quando Jesus vem, visita somente a alma?
R.: O ser inteiro.

P.: Que faz Jesus na Comunhão?
R.: Deleita-se na sua criatura.

P.: O senhor sofre também na Comunhão?
R.: É o ponto culminante.

P.: A quem se dirigiu o último olhar de Jesus agonizante?
R.: À sua Mãe.
 
MCS - GO SDS - 10/2011

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