3 de jul. de 2011

Trinta anos de AIDS: dados e estratégias

Divulgado um informe com o que é preciso saber sobre a doença


BUENOS AIRES, terça-feira, 28 de junho de 2011 (ZENIT.org)

Por ocasião dos 30 anos da descoberta da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), o médico Martín Patrito, da Associação Argentinos Alerta, revisou três documentos que contêm estatísticas valiosas sobre o avanço da doença no âmbito mundial.
Os documentos são: “Trinta anos de AIDS: as nações em um ponto chave do caminho”, do programa conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/AIDS (UNAIDS); “Estratégia nacional do HIV/AIDS para os Estados Unidos”, 13 de julho de 2010; e a Recomendação 1959 da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa sobre políticas preventivas de saúde dos estados membros do Conselho da Europa.
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Enquanto pelo menos 1% dos adultos no sul da África viviam com o HIV em 1990, 16,1% passaram a viver com o vírus uma década depois. Durante o mesmo período, a prevalência (porcentagem do total da população afetada) do HIV aumentou de menos de 1% a 24,5% em Lesotho e de 3,5% a 26% em Botswana.
O presidente da Uganda,Yoweri Musevini, deu início a uma mobilização nacional de grande escala contra o HIV, promovendo políticas e programas baseados em mudanças de comportamento que permitiriam que a Uganda reduzisse o tamanho da epidemia durante os anos 90, ainda quando se expandia rapidamente em outros países subsaarianos.
A novidade da campanha foi que, longe de apostar no preservativo de forma exclusiva, a política sanitária e educativa se baseou na promoção da abstinência sexual, na fidelidade dentro do casamento e na castidade, especialmente entre os mais jovens.
No continente americano, há pouco mais de um milhão de infectados, mas o número continua crescendo. Desde o início da epidemia até 2008, foram notificados 75.009 casos de HIV na Argentina. Estima-se que hoje haja 130 mil pessoas infectadas, das quais somente a metade conhece sua condição, o que supõe um risco adicional.
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A Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa aprovou, no último dia 28 de janeiro, a Recomendação 1959, intitulada “Políticas de cuidados preventivos de saúde nos estados-membros do Conselho da Europa”, na qual recolhe até 25 diretivas para proteger a saúde dos europeus e convida a que todos os governos do continente a adotem. O ponto 9.5 afirma: “Promover uma educação sexual integral da saúde, incluída a abstinência, para prevenir a propagação de doenças sexualmente transmissíveis”.
Certamente, em todos os casos se recomenda também o uso do preservativo. Mas o documento da estratégia nacional de luta contra a AIDS, aprovado pela Administração Obama, afirma, na página 16, que “o uso correto e consistente do preservativo masculino reduz o risco de transmissão do HIV em 80%”.
“Ninguém pegaria um avião se lhe dissessem que apenas 80% dos aviões chegam ao seu destino. O risco é altíssimo. Por isso, sustentamos que as campanhas de 'sexo seguro' baseadas no preservativo só geram um clima de falsa confiança”, afirma o Dr. Patrito.
“O fato de que, pelo menos no papel, já se comece a falar sobre a necessidade de mudanças de conduta, de fidelidade, de abstinência, certamente é um avanço. No entanto, os líderes da saúde pública ainda continuam evitando enfatizar as mudanças de conduta acima das 'soluções técnicas', como a distribuição massiva de preservativos”, acrescenta.
Com uma eficácia de apenas 80%, o preservativo gera uma sensação de falsa segurança, que leva ao aumento dos encontros sexuais e à promiscuidade. Neste contexto, as infecções pelo HIV continuarão aumentando.
“Os programas de prevenção não devem se centrar em tentar convencer o mundo de que um comportamento de risco faz parte de um estilo de vida aceitável, mas sim em evitar o risco. O único método seguro e fiável de prevenir a transmissão sexual do HIV é a abstinência antes do casamento e o respeito e a fidelidade mútua dentro dele”, afirma o médico argentino.
Em definitivo, como declarou a delegação do Vaticano frente à declaração política da ONU sobre o HIV/AIDS, “o que se faz necessário é um enfoque baseado nos valores para enfrentar a doença do HIV/AIDS, um enfoque que proporciona os cuidados necessários e o apoio moral aos afetados, bem como a promoção de uma vida conforme as normas da ordem moral natural, um enfoque que respeite totalmente a dignidade inerente da pessoa humana”.
Para saber mais: http://www.argentinosalerta.org/.
MCS - GO SDS - 07/2011

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